Sábado, 18 de janeiro de 2025

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Voltar Morre aos 90 anos o cantor e compositor da Bossa Nova Carlos Lyra

O cantor e compositor Carlos Lyra, parceiro de Vinicius de Moraes, Ronaldo Bôscoli e outros artistas, faleceu na madrugada deste sábado (16), no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela família.

Autor de sucessos como ‘Coisa mais linda’, ‘Minha namorada’, ‘Primavera’, ‘Sabe você’ e ‘Você e eu’, Lyra era um dos melodistas mais inspirados da música brasileira em todos os tempos.

Segundo a mulher dele, Magda Pereira Botafogo, o compositor de 90 anos foi internado com um quadro de febre na quinta-feira (14) em um hospital da capital fluminense. Após alguns exames, foi detectada uma bactéria. A causa da morte não foi confirmada. Ainda não há informações sobre o velório e o enterro.

Lyra foi um dos compositores do movimento rotulado como bossa nova. Seu talento foi revelado em disco na voz de Sylvia Telles (1935 – 1966), cantora que gravou Menino em 1956.

Além de músico consagrado, o melodista carioca também desempenhou um papel fundamental na difusão da cultura brasileira. Ele foi um dos responsáveis por fundar o Centro Popular de Cultura (CPC), da União Nacional dos Estudantes, em 1961.

Após “Menino”, gravada na voz de Sylvia Telles, em 1956, três anos mais tarde, em 1959, ele lança seu primeiro álbum, intitulado “Bossa nova”. No mesmo ano, João Gilberto grava “Maria ninguém” e “Lobo bobo”, da parceria de Lyra com Ronaldo Bôscoli.

A faixa “Coisa mais linda”, composição de Lyra e de Vinicius de Moraes, foi lançada em 1961. A dupla também criou “Marcha da quarta-feira de cinzas” (1963), “Minha namorada” (1964), Primavera (1964) e “Sabe você” (1964).

Lyra também demonstrou sua ideologia social e política ao compor a trilha sonora da peça “A mais valia vai acabar, seu Edgar” (1960), do dramaturgo e diretor paulistano Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha.

Na década de 1970 o cantor renovou seu repertório em álbuns como “Eu & elas” (1972) e “Herói do medo” (1975). Nos anos 1980, ele aderiu a regravações de clássicos da bossa nova e teria novas parcerias com artistas como Joyce Moreno e Paulo César Pinheiro.

Lyra ainda gravou outros trabalhos de músicas inéditas, como “Carioca de algema” (1994) e “Além da bossa” (2019). Em 2023, grandes nomes da MPB homenagearam o artista no álbum coletivo “Afeto”.

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