Segunda-feira, 02 de dezembro de 2024

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Voltar Montadoras brasileiras protestam contra entrada de carro chinês no País

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, fez uma dura queixa sobre a concorrência das marcas chinesas, com críticas contundentes à isenção do Imposto de Importação para carros 100% elétricos, em vigor no País desde 2015. Modelos elétricos têm marcado os lançamentos das marcas chinesas nos últimos meses.

“Defendemos 35% (alíquota cheia) de Imposto de Importação, com cotas livres do tributo para veículos elétricos”, disse, durante a divulgação dos resultados do setor em agosto.

O dirigente considera “uma invasão” a entrada de marcas chinesas não só no mercado brasileiro, como em toda a região: “Temos uma ‘invasão’ de produtos asiáticos, principalmente chineses, na América Latina”.

De acordo com a Anfavea, a participação dos chineses no mercado de veículos da América Latina saiu de 4,6% em 2013 para 21,2% no ano passado. Ao mesmo tempo a venda do Brasil na região caiu de 22,5% para 19,4%.

“Estamos perdendo competitividade no nosso quintal”, destaca Leite. Ele considera, ainda, a chegada das novatas “uma ameaça” porque a indústria automobilística da China trabalha, diz, opera com custos menores.

As ponderações do presidente da entidade que representa os fabricantes de veículos no País ocorrem num momento em que duas novas fabricantes chinesas (BYD e Great Wall) anunciaram planos de tornarem-se também fabricantes no País, a partir do ano que vem. A BYD negocia com o governo baiano para instalar-se onde ficava a Ford, em Camaçari e a Great Wall (GWM) comprou a fábrica que era da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP).

Além dessas duas novatas, o grupo brasileiro CAOA Chery já produz carros da marca chinesa em Anápolis (GO) desde 2018.

A posição da direção da Anfavea tende a acirrar uma briga que já está em curso e que envolve a tributação de veículos. Há oito anos, o governo federal reduziu a alíquota do Imposto de Importação de 35% para 4% a 7%, em média, nos modelos híbridos e promoveu a isenção total nos totalmente elétricos. Foi uma forma de permitir a entrada da nova tecnologia.

A entidade defende a elevação imediata do tributo para 35% e a adoção de cotas isentas do imposto para empresas comprometidas a produzir no País.

“Se não for assim vai ser preferível importar carro elétrico do que produzir no Brasil”, afirma.

Segundo ele, as cotas podem ajudar na transição das empresas com planos de investimento.

“O incentivo da ausência ou redução do Imposto de Importação tem sentido para atrair novas tecnologias”, destaca o presidente da Associação Brasileira do Carro Elétrico (ABVE), Ricardo Bastos. A ABVE representa as duas novas chinesas – BYD e GWM -, além de outras marcas que vendem modelos elétricos.

De janeiro a agosto, foram vendidos no mercado nacional 49 mil veículos híbridos e elétricos no Brasil, segundo a ABVE. É um volume igual ao total de vendas desses tipos de veículos durante todo o ano passado.

Nos oito meses, o mercado total de carros e comerciais leves totalizou 1,347 milhão de unidades. Os chamados eletrificados, representam, assim, no acumulado do ano, fatia de 3,63%.

 

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