Quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Voltar Ministros do Supremo avaliam que recursos de Bolsonaro contra condenação podem ser julgados na próxima semana

Ministros do Supremo Tribunal Federal avaliam que os recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra sua condenação por tentativa de golpe devem ser analisados já nos próximos dias.

Existe a possibilidade de que o caso seja levado ao plenário virtual da Primeira Turma, onde os embargos de declaração — primeiro tipo de recurso cabível — tendem a ser rejeitados. Esses embargos são recursos usados para apontar contradições ou trechos pouco claros da decisão. Não costumam mudar a sentença, pois tratam de esclarecimentos ou omissões. Em situações mais específicas, podem levar a algum ajuste do tamanho das penas.

O movimento ocorre após a publicação, nesta quarta-feira (22), do acórdão que confirmou a pena de 27 anos e três meses de prisão em regime fechado. Com isso, a defesa tem até segunda-feira para apresentar os embargos.

Fontes próximas a ministros da Primeira Turma indicam que o julgamento deve ser conduzido com rapidez. Ainda não está definido se o caso será incluído na sessão virtual que começa na sexta-feira — e permanece aberta por sete dias — ou se Moraes solicitará uma sessão extraordinária para acelerar a análise.

Há também a possibilidade de que o ministro peça sessão extraordinária presencial da Turma, o que poderia ocorrer já na próxima terça-feira. A definição caberá ao ministro Flávio Dino, presidente do colegiado.

Caso os embargos sejam rejeitados, a defesa ainda poderá recorrer novamente. Mas, com nova negativa do colegiado, os mandados de prisão definitiva devem ser expedidos, o que pode levar à prisão de Bolsonaro.

A pena só começa a valer quando o processo estiver concluído e não houver mais possibilidade de recurso. E isso acontece após análise, por parte dos ministros, se esses pontos serão acatados ou não.

A defesa de Bolsonaro pode questionar o papel de liderança atribuído pelos ministros ao ex-presidente, o que garantiu a maior pena, que é de 27 anos e três meses de prisão. Advogados dizem que não ficou comprovado também que a organização criminosa agiu de forma armada.

As defesas também devem insistir no chamado embargo infringente, que tem o potencial de mudar a sentença. Nesse caso, são 15 dias para a entrega desse pedido.

O Supremo tem o atual entendimento de que esse tipo de recurso só cabe quando o réu tem dois votos favoráveis pela absolvição. Bolsonaro está em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto, mas no âmbito de outra investigação, que apura possível interferência do filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no inquérito do golpe. O ministro Alexandre de Moraes viu risco de fuga do ex-presidente.

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