Sábado, 04 de outubro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 4 de outubro de 2025
O ministro do Turismo, Celso Sabino, pretende ficar no cargo e enfrentar o processo de expulsão contra ele movido por seu partido, o União Brasil.
Segundo aliados, ele deve oficializar a decisão a Lula na próxima terça-feira (7), deixando claro que escolheu ficar ao lado do petista. Na véspera, ele apresentará uma pesquisa sobre a percepção popular a respeito da COP30, que ocorrerá em Belém, do Pará.
No último dia 18 de setembro, o União Brasil determinou que seus filiados entreguem os cargos no governo, mas Sabino vem protelando o cumprimento da diretriz deste então.
Ele pretende disputar o Senado pelo Pará no ano que vem e conta com a vitrine do cargo para isso. Também argumenta que não pode deixar o ministério a um mês da conferência climática da ONU, que ocorre justamente na capital do seu Estado.
Lula conta com a presença de Sabino no governo para abrir uma dissidência no União Brasil, cuja direção nacional defende o apoio a um candidato de oposição, preferencialmente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A permanência do ministro, assim, é um trunfo político do presidente nessa estratégia.
Sabino disse a interlocutores no governo que pesaram em sua decisão de permanecer os sucessivos gestos de prestígio que tem recebido de Lula. Na quinta (2) e sexta-feira (3) o ministro acompanhou o presidente em diversas agendas no Pará.
Aliados do ministro também afirmam que ele foi influenciado pelo anúncio de que o União Brasil já teria aberto seu processo de expulsão, mesmo depois de ter feito um acordo com o partido para sair do cargo após a viagem ao Pará.
Uma ideia é defender uma convenção do partido para ouvir todos os Estados e lideranças antes de se decidir pelo desembarque do governo.
Outro argumento usado por pessoas próximas ao ministro é a postura mais flexível que vem sendo adotada pelo PP, parceiro do União numa federação, com relação ao ministro André Fufuca, do Esporte. O PP não pretende expulsar do partido, mas indica que o retiraria do comando estadual da legenda no Maranhão.
Deixar a presidência estadual do PP atrapalharia os planos do ministro de concorrer ao Senado pelo Maranhão no ano que vem, o que pesaria numa eventual decisão de Fufuca de ficar no cargo.
Sem o comando do diretório, ele ficaria à mercê da vontade de outro dirigente estadual, um risco que não deseja correr. O prazo dado pelo partido para a decisão do ministro é domingo (5).
Os partidos mantêm diversos filiados em órgãos do governo. O desembarque não afeta os dois ministros indicados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre —Frederico Siqueira (Comunicações) e Waldéz Góes (Integração e Desenvolvimento Regional)—, nem a Caixa Econômica Federal, cujo presidente, Carlos Vieira, é aliado do deputado federal Arthur Lira (PP-AL).