Sábado, 04 de outubro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 4 de outubro de 2025
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha anunciou na manhã deste sábado (5) a compra de antídotos para o tratamento de pessoas intoxicadas por metanol após a ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas. Ele concedeu coletiva de imprensa em Teresina, no Piauí.
A pasta divulgou que fechou a compra de 2.500 de fomepizol, medicamento usado para o tratamento de quem ingeriu metanol, junto à Organização Panamericana de Saúde. Elas serão compradas de um fornecedor do Japão.
“O ministério já firmou a aquisição e a previsão de chegada desse outro antídoto na próxima semana. Teremos aqui no Brasil, além do etanol farmacêutico já garantindo tratamento, teremos também o fomepizol”, afirmou Padilha.
Padilha agradeceu a Organização Panamericana de Saúde e reforçou a importância de ações como essa, que ajudam “a melhorar a saúde global e a cooperação do Brasil com os países e que garante o povo brasileiro a ter acesso a essa alternativa”.
Segundo o ministro, também serão compradas unidades de etanol farmacêutico, outra substância usada para tratar de intoxicação. O País já tem adquiridas 4.300 unidades e serão entregues mais 12 mil ampolas da indústria farmacêutica nacional na semana que vem. O governo federal negocia a comprar de mais 60 mil ampolas.
O número de notificações de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica subiu para 127 no Brasil, segundo balanço do Ministério da Saúde divulgado neste sábado. São 11 casos confirmados em laboratório.
Na sexta-feira (3), Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul notificaram seus primeiros casos em investigação.
Dessas notificações, 12 são de óbitos. Um óbito confirmado no estado de São Paulo e 11 estão sendo investigados (8 em São Paulo, 1 em Pernambuco, 1 na Bahia e 1 no Mato Grosso do Sul).
Investigação
A Polícia Civil de São Paulo investiga se os casos de intoxicação por metanol têm como origem garrafas de bebidas destiladas higienizadas com a substância. Esta é a principal linha de investigação das autoridades.
Fábricas clandestinas estariam usando metanol — ou etanol batizado com metanol — para limpar e desinfetar garrafas — possivelmente vazias e falsificadas — antes do envasamento das bebidas.
As investigações tiveram início a partir da rota percorrida pelas bebidas consumidas pelas vítimas. A polícia esteve em bares onde ocorreram os primeiros casos de intoxicação, depois seguiu até as distribuidoras que abasteciam esses estabelecimentos e, na sequência, chegou até fábricas clandestinas.
Os investigadores também suspeitam que garrafas de marcas originais, reaproveitadas no processo de falsificação, eram obtidas por meio do descarte irregular feito por estabelecimentos ou consumidores.
Até o momento, não há informações sobre os responsáveis pelo possível esquema nem a origem do metanol, que não está disponível no Brasil.
O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos. O Brasil vem registrando aumento no número de casos de intoxicação por metanol misturado a bebidas alcoólicas adulteradas. Também há registro de mortes.
Nesta sexta-feira (3), o Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo anunciou a criação de uma força-tarefa para analisar as garrafas apreendidas durante fiscalizações para apurar a adulteração e contaminação por metanol.
Mais de mil garrafas já foram recolhidas pela polícia e Vigilância Sanitária até a noite de quinta-feira (2). Deste total, cerca de 250 chegaram ao IC e estão passando por análise.