Terça-feira, 15 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 23 de novembro de 2023
Você já viu algumas bolinhas minúsculas pipocarem na pele e achou que fossem espinhas? Na verdade, o nome destas lesões é milium e, apesar de ser bem parecido, não tem nada a ver com acne e, portanto, precisa de um tratamento específico.
Quem conta os detalhes é a médica e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Ligia Novais. Ela explica como surgem estas bolinhas, quais são os grupos afetados e como cuidar.
Como identificar o milium?
Sua coloração é branca ou amarelada, são bem pequenas e costumam aparecer apenas no rosto. Ao contrário de uma espinha, a dermatologista explica que o milium não apresenta uma inflamação no local, “apenas uma disfunção das células da pele que se acumularam no formato de bolinha”. Já a espinha é formada pelo excesso de oleosidade e o acúmulo de bactérias, que resultam em poros obstruídos e a presença de pus.
Quais são as causas?
Segundo a literatura médica, não existe uma causa exata para o surgimento do milium, mas Novais afirma que “ele se desenvolve a partir da degeneração das fibras elásticas da pele e das células que produzem a queratina”. Ela cita, por exemplo, que o aumento de radicais livres pode estimular esse processo:
“Seja por contato com raios UV ou poluentes, dietas com excesso de calorias ou gordura e hábitos como tabagismo e consumo de álcool, ele aparece com frequência em regiões da pele mais delicadas e finas, como área dos olhos, pálpebras, pescoço e até mesmo na genital, mas também podemos encontrar no peito e nas costas.”
Outro motivo que leva as pessoas a confundirem o milium com a acne é que ambos podem aparecer em recém-nascidos. Nesse caso, ele é chamado de milia primária e desaparece sozinho da pele, sem a necessidade de um tratamento ou qualquer intervenção.
“Ele que ocorre porque as glândulas sebáceas da pele ainda não estão completamente desenvolvidas, o que pode acarretar uma disfunção”, detalha a dermatologista.
Como prevenir e tratar?
Assim como nos cuidados antiacne, a higienização da pele é um passo essencial para evitar o aparecimento dos miliuns. Para isso, a médica recomenda a utilização de produtos de limpeza facial adequados para cada tipo de pele, além de esfoliação de 2 a 3 vezes por semana e o uso de peeling. Na dúvida sobre em quais cosméticos investir, consulte um médico!
“Minha recomendação é optar pelo ácido salicílico ou retinol, que irão estimular a renovação celular, assim conseguimos evitar que as células mortas fiquem muito tempo na superfície da pele e possam se acumular.”
Para o tratamento de casos mais leves, a orientação é manter o uso do esfoliante nesta mesma frequência. Mas se as lesões persistirem, a especialista diz que o melhor a se fazer é procurar um consultório para a retirada dos miliuns, com a assepsia e cuidados específicos para cada paciente.
“O que, de fato, não recomendo é espremer ou tentar retirar com instrumentos em casa: isso pode machucar a pele e ainda não solucionar a questão”, destaca Ligia.
No Ar: Show Da Madrugada