Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Voltar Militares paraguaios atuaram para blindar fiscalização de armas ilegais destinadas ao Brasil

A operação contra um grupo suspeito de entregar 43 mil armas para os chefes das maiores facções do país — o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho — mostrou os indícios de corrupção de militares do Dimabel, órgão de fiscalização de armas no Paraguai. A negociação do arsenal movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão.

A ideia era controlar o monitoramento e, assim, permitir que as armas chegassem ao Brasil. A investigação diz: “alguns militares da Dimabel também participam do esquema criminoso, haja vista os indícios de que eles receberam de [Diego] Dirisio propina para facilitarem a importação de armas pela IAS”.

O nome “Dirisio” citado no trecho é do argentino Diego Hernan Dirísio, considerado pela Polícia Federal como o maior contrabandista de armas da América do Sul. A IAS é a empresa controlada por ele e usava no comércio das armas.

Mandados judiciais foram cumpridos no Brasil, nos Estados Unidos e no Paraguai. Das 83 ordens, 25 são de prisão preventiva, seis de prisão temporária e 52 de busca e apreensão. No Brasil, os alvos são moradores do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Distrito Federal e Minas Gerais.

A operação foi realizada pela Polícia Federal em parceria com Ministério Público Federal e cooperação internacional com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD/PY) com o Ministério Público do Paraguai. A ação contou ainda com a FICTA (Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições), que é composta pela HSI (Homeland Security Investigations), SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública) sob Supervisão do Serviço de Repressão ao Tráfico de Armas da PF.

Participantes

O inquérito lista os participantes que, segundo os indícios, receberam propina para maquiar a fiscalização das armas:

– General Jorge Antonio Orue Roa, ex-diretor da Dimabel no período em que a empresa IAS realizou muitas importações que teriam como destino o Brasil);

– Coronel Bienvenido Fretes, encarregado do departamento de Registro Nacional de Armas (Renal) da Dimabel;

– Tenente Cinthia Maria Turro Braga, encarregada de estar à frente da parte de Assessoria Jurídica do Registro Nacional de Armas (Renar) da Dimabel;

– Capitã Josefina Cuevas Galeano, que estaria na função de Chefe de Importações.

Interpol

Ao menos seis acusados foram presos no Brasil, enquanto 13 acabaram detidos no Paraguai. A Justiça da Bahia, que conduz a operação, determinou que os alvos de prisão que estiverem no exterior sejam incluídos na lista vermelha da Interpol e que, se forem presos, sejam extraditados para o Brasil.

Antes da operação desta terça-feira, a PF já havia realizado 67 apreensões que totalizam 659 armas apreendidas em 10 Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Ceará.

Com base nessas ações, os investigadores chegaram à empresa do Paraguai e seu dono. A PF conta com cooperação da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai e com o Ministério Público do Paraguai. As apurações apontam para corrupção e tráfico de influência na Direccion de Material Belico (Dimabel), órgão paraguaio responsável por controlar, fiscalizar e liberar o uso de armas.

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