Domingo, 13 de outubro de 2024

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Voltar Militar vazava operações para o garimpo, diz a Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) realizou uma operação contra o garimpo ilegal na Amazônia. Um dos alvos foi um tenente-coronel do Exército. Os agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão em três Estados. Em Ponta Grossa, no Paraná, apreenderam relógios e joias.

Os objetos pertencem a Abimael Alves Pinto e a mulher dele. Abimael é tenente-coronel do Exército e investigado por vender informações sigilosas para garimpeiros sobre operações da polícia na Amazônia.

Ele começou recebendo em torno de R$ 20 mil por mês. Em um comprovante, o valor chega a R$ 100 mil. O dinheiro era repassado à empresa da mulher do militar, que respondia pela organização. O dono da empresa, suspeito de financiar o garimpo ilegal, foi preso na última terça-feira (27), em Rondônia, durante a operação.

O militar serviu em Manaus de janeiro de 2020 a julho de 2021 no subcomando do Batalhão de Selva do Exército e continuou a vender informações mesmo depois de transferido para o Paraná. Ao menos três operações da PF foram prejudicadas pelo vazamento de informações.

Em um dos áudios da investigação, o tenente-coronel avisa sobre uma operação na tríplice fronteira: Brasil-Colômbia-Venezuela.

“Eu acabei de falar aqui com o meu camarada e a missão da Segunda Brigada, que é do pessoal de São Gabriel da Cachoeira, realmente está subindo o rio naquela direção. Seria bom ele sair de lá por enquanto, tá? E aí quando ele puder voltar, eu aviso”, diz Abimael Alves Pinto.

A PF está investigando se outros agentes públicos e militares também participaram do esquema. Os suspeitos devem responder a crimes como usurpação do patrimônio da União, danos ambientais, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

“É uma prática extremamente prejudicial. Visto que a região de Japurá é de difícil fiscalização por questões geográficas. E quando a gente consegue realizar, organizar operações que são extremamente caras para aquela região, ainda acontece a venda dessas informações e acabam prejudicando e ainda colocando em risco as equipes que estão no local”, lamenta Adriano Sombra, delegado da Polícia Federal.

A defesa do tenente-coronel declarou que o nome do militar foi injustamente envolvido por pessoas inescrupulosas; que o cliente não praticou qualquer ato ilícito; que ele jamais recebeu valores de criminosos para dar informações privilegiadas; e que a esposa dele não tem qualquer participação nos fatos investigados.

O Exército disse que não se pronunciará sobre as investigações.

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