Sexta-feira, 07 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 16 de outubro de 2023
Uma revisão das orientações sobre o momento ideal de iniciar e interromper o rastreamento do câncer colorretal, publicada pelo American College of Physicians, concluiu que o começo do monitoramento deve ocorrer aos 50 anos, em contraste com a indicação anterior de 45 anos. Essa nova diretriz segue a Organização Mundial da Saúde, que sugere aos 50 anos, mas contradiz as recomendações da American Cancer Society, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), que preconizam o início do rastreamento aos 45 anos – ou até antes, se houver histórico familiar.
Essa orientação leva em conta adultos de risco médio, aqueles da população em geral, sem nenhum histórico familiar ou diagnóstico prévio de pólipos (que é uma lesão pré-maligna) ou doenças inflamatórias intestinais. Os pesquisadores analisaram diretrizes dos Estados Unidos e de outros países, publicadas entre janeiro de 2018 e abril de 2023.
Eles compararam o início do rastreio aos 45 e aos 50 anos e constataram que, de fato, ao iniciar 5 anos mais cedo, foi possível prevenir poucos casos (2 a 3 por 1.000 rastreados), reduzir um pequeno número de mortes e garantir mais anos de vida. Porém, os pesquisadores ressaltam que foi necessário fazer um número maior de colonoscopias (a quantidade de exames saltou de 161 para 784 por 1.000) e houve mais complicações geradas pelo exame – entre elas, problemas gastrointestinais, como perfurações do intestino, provocando eventos hemorrágicos.
De acordo com Rodrigo Fogace, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, a colonoscopia é um exame invasivo que não está isento de riscos. “Existe um risco associado. Mas, quando colocamos na balança o risco em comparação com o benefício, certamente o benefício de diagnosticarmos um câncer precocemente ou até mesmo descobrirmos um pólipo, que é uma lesão pré-cancerígena, será superior ao risco. Nós, particularmente, continuaremos indicando a colonoscopia aos pacientes a partir dos 45 anos”, disse.
Nas novas diretrizes, os pesquisadores destacam que um rastreamento mais frequente pode resultar em excesso de diagnósticos e tratamentos que nem sempre são necessários, especialmente em um sistema de saúde com recursos limitados. Assim, recomendam que a frequência do rastreamento em idades mais jovens seja avaliada caso a caso.
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