Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 26 de março de 2022
Neste domingo (27), o Oscar tentará se recuperar da cerimônia de 2021, que foi atormentada por restrições pandêmicas, um final anticlimático e um recorde negativo de audiência. A 94ª edição do Oscar retornará à sua casa habitual, o Dolby Theatre de Los Angeles, e será transmitida ao vivo pela ABC a partir das 20h no horário da costa leste. Aqui no Brasil, a TNT, o Globoplay e o E! serão os canais com transmissão da festa do cinema.
Quanto da crise do Oscar deve ser atribuída à covid? Quanto é o novo normal? Estas são apenas algumas das perguntas que pairam sobre um Oscar que parece uma encruzilhada para uma das instituições de cultura pop mais duradouras da América e ainda o espetáculo anual mais assistido, sem contar o Super Bowl.
Será que a cerimônia produzida por Will Packer vai conseguir driblar a pandemia, reverter anos de audiência em declínio para cerimônias de premiação na TV e criar um evento de grande porte para um cenário cinematográfico em rápida evolução? Na interminável preparação para o Oscar, muitas pessoas na indústria estão céticas. O que nos leva à primeira das cinco perguntas.
1) Será que a mais recente atualização do Oscar vai funcionar?
O maior drama deste domingo vai girar em torno de uma transmissão que foi substancialmente reformulada para conter a queda de audiência. Para compensar vários anos sem anfitrião, desta vez serão três: Amy Schumer, Regina Hall e Wanda Sykes. Será que a combinação de seus poderes estelares vai conseguir mudar alguma coisa?
Diante da pressão da ABC, a Academia também vai apresentar oito categorias – design de produção, edição, som, trilha sonora, maquiagem, além dos três prêmios para curta-metragem – antes do início da transmissão ao vivo. Clipes de suas vitórias e discursos serão editados e transmitidos durante a cerimônia. Mas críticos de toda a indústria fizeram fila para reprovar a mudança. O maior sindicato que representa os trabalhadores de bastidores, o Iatse, caracterizou a decisão como algo prejudicial ao “propósito fundamental” do Oscar.
2) Será que uma plataforma de streaming vai levar para casa o Oscar de melhor filme?
Os dois favoritos vêm de serviços de streaming, que jamais ganharam o prêmio de melhor filme. O principal indicado, “Ataque dos Cães”, de Jane Campion, com 12 indicações, vinha sendo considerado o maior favorito e possivelmente a melhor chance de a Netflix ganhar o principal prêmio de Hollywood.
Mas, depois de vitórias consecutivas no Screen Actors Guild e no Producers Guild, o drama sobre uma família de surdos “No Ritmo do Coração (Coda)”, de Sian Heder, pode levar a melhor. A riquíssima patrocinadora do filme, a Apple TV+, gastou muito para empurrar um indie azarão para o começo da fila. Se Coda vencer, será a primeira vez desde Grand Hotel, de 1932, que um filme com menos de quatro indicações (Coda tem três) leva o Oscar de melhor filme.
3) A covid vai atrapalhar muito a festa?
O Oscar do ano passado se limitou a uma cerimônia intimista com um pequeno número de participantes e muito distanciamento social. Este ano estão planejados tapete vermelho e um show de palco completo, ainda que com alguns protocolos de covid. Quem vai ficar na plateia será obrigado a apresentar dois testes negativos e comprovante de vacinação.
Quem vai apresentar prêmios ou fazer números musicais não precisa estar vacinado, mas precisa de testes negativos recentes. As máscaras também serão obrigatórias para alguns setores e para a imprensa no tapete vermelho.
4) Será que Will Smith vai ganhar seu primeiro Oscar?
Indicado duas vezes a melhor ator (por Ali e À Procura da Felicidade), Will Smith parece marcado para ganhar seu primeiro Oscar. A atuação de Smith como Richard Williams, pai de Vênus e Serena, em King Richard, continua sendo a escolha mais provável ao longo da temporada. E o discurso da exuberante estrela de 53 anos deve ser um dos mais animados da noite.
5) Quem deve fazer história?
Muitos dos principais prêmios podem trazer alguns marcos importantes. Ari Wegner, diretora de fotografia de Ataque dos Cães, pode se tornar a primeira mulher a ganhar na categoria. Sua diretora, Jane Campion, também está pronta para fazer história.
Campion, a primeira mulher indicada duas vezes a melhor direção, deve se tornar apenas a terceira mulher a vencer a categoria. Seria a primeira vez que o prêmio de direção iria para mulheres em anos consecutivos, depois que Chloé Zhao ganhou no ano passado com Nomadland.
Troy Kotsur de Coda está na fila para ser o primeiro ator surdo a ganhar um Oscar. Sua vitória, amplamente esperada, faria dele e de sua co-estrela, Marlee Matlin, os únicos atores surdos a ganhar o Oscar. E a categoria atriz coadjuvante, que Ariana DeBose aparentemente vai levar com seu papel em Amor, Sublime Amor (West Side Story), de Steven Spielberg, pode ver a primeira vitória de uma atriz afro-latina e abertamente LGBTQ.
A vitória de DeBose viria 60 anos depois que Rita Moreno ganhou pelo mesmo papel, Anita, no original de 1961. Seria a terceira vez que dois atores ganhariam por interpretar o mesmo papel, seguindo Heath Ledger e Joaquin Phoenix como o Coringa, e Marlon Brando e Robert DeNiro como Vito Corleone. Mas teremos de esperar para ver se Rachel Zegler, que também estrela West Side Story, estará lá para torcer por de DeBose.
No Ar: Show Da Madrugada