Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Voltar Mais da metade dos internados com covid tem pior qualidade de vida meses após alta

Ao revisar trabalhos que consideraram os aspectos físicos, mentais e sociais de pacientes que foram internados por covid, pesquisadores da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Minas Gerais, observaram que impacto negativo da internação persiste meses após a alta hospitalar em até 51% dos pacientes — afetando mais mulheres e idosos com comorbidades. O estudo está publicado na edição do último dia 28 de março da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.

A revisão de literatura foi feita a partir da busca de informações nas seis principais bases de dados científicos da área (MEDLINE, EMBASE, CINAHL, Web of Science, LILACS e Scopus), considerando estudos sobre qualidade de vida e o bem-estar social do paciente foram afetados após a internação por covid publicados de 2020 a 2022.

Dos mais de 3 mil artigos encontrados, 24 foram selecionados para análise, já que consideraram os aspectos físicos, mentais e sociais dos pacientes. Um dos dados observados é que os sintomas da covid geralmente costumam persistir por mais de 30 dias após a alta médica.

“A literatura nos mostra que a qualidade de vida no paciente pós-covid-19 está comprometida tanto nos aspectos físicos como mentais, principalmente pela presença de dor, desconforto, ansiedade e depressão. Cerca de 15% a 51% dos pacientes hospitalizados apresentaram pior qualidade de vida após meses da alta hospitalar, independentemente da gravidade da doença no momento da admissão”, destaca um dos autores do estudo, Henrique Silveira Costa.

Os estudos mostram que apesar de os homens apresentarem taxas mais altas de gravidade e letalidade da doença, são as mulheres e os idosos que apresentam pior qualidade de vida pós-alta. Os efeitos da chamada covid longa também são mais presentes entre os que mais necessitaram de ventilação mecânica invasiva e cuidados intensivos. Outros fatores para pior qualidade de vida incluíram a presença e o número de comorbidades, índice de massa corporal elevado, histórico de tabagismo e desemprego.

“Essa pesquisa é relevante para o momento em que a gente está vivendo, pois revela que os fatores clínicos, atrelados ao demográfico e ao de estilo de vida podem estar associados à qualidade de vida do paciente após a hospitalização. Dessa forma é possível desenvolver estratégias individualizadas no manejo clínico do paciente acometido pela covid-19 com o intuito de melhorar a sua qualidade de vida”, finaliza o professor Costa.

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