Sábado, 15 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 19 de junho de 2023
O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, afirmou nessa segunda-feira (19), que “não existe nenhuma chance” de a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ser retirada do governo Lula. O comando da pasta está na mira do Centrão, que deseja controlar o ministério e cobra a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas articulações políticas.
“Sinceramente, eu não consigo enxergar qualquer movimento que efetivamente pudesse levar algum desses partidos (do Centrão) oficialmente para o governo. Também não vejo nenhum movimento político que pudesse justificar uma mudança de um ministério estratégico e importante, que tem como titular uma ministra que está fazendo um grande trabalho. Uma pessoa extremamente respeitada. O presidente tem uma enorme admiração pela ministra Nísia. Então, não existe nenhuma chance. Esse tema não está na pauta. Não pretendemos fazer nenhuma mudança no ministério da Saúde, essa é a posição do nosso governo”, disse o ministro em entrevista à GloboNews.
Por muitos anos, o Ministério da Saúde teve influência do PP, sigla do presidente da Câmara, Arthur Lira. A legenda, hoje, faz oposição a Lula. Para conquistar uma maior base de apoio na Câmara dos Deputados e aprovar projetos de interesse do governo, o petista precisará fazer concessões a Lira, de acordo com interlocutores do Planalto.
Além de uma ala do PP, o próprio PT está de olho na pasta, que enfrentou denúncias de irregularidades durante a pandemia de covid, quando era dirigida por Eduardo Pazuello, hoje deputado pelo PL.
A ministra Nísia Trindade, ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), não é ligada a nenhum partido. Entre as queixas dos deputados sobre a atuação da chefe da pasta estão a falta de interlocução com ela e a demora na liberação de emendas parlamentares por parte do Ministério da Saúde.
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, Lula resiste a entregar a pasta de Nísia, mas admite ceder cargos nessa estrutura. Na última sexta-feira (16), o petista se encontrou com o presidente da Câmara e afirmou que vai abrir espaço para o grupo de Lira no primeiro escalão do governo.
“Faz parte”
Nísia disse, nessa segunda, em entrevista à CNN brasil, que “é normal” e “faz parte da política” a pressão de partidos para assumir a pasta que ela comanda.
Nísia explica que o próprio governo do presidente Lula deve pensar no processo para fortalecer as ações entre os Poderes Executivo e Legislativo.
“Nós vivemos, como diz o cientista político Sérgio Abranches, um presidencialismo de coalizão. Ou seja, ganha-se a eleição presidencial, mas não se tem maioria parlamentar. Então, eu acho que é normal, faz parte da política, jogos de pressão, críticas”, expõe Nísia
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