Domingo, 13 de outubro de 2024

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Voltar Lula indica ex-ministro de Bolsonaro para ser embaixador do Brasil no Canadá

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o ex-ministro de Jair Bolsonaro, Carlos Alberto França, para ser embaixador no Canadá. A indicação foi oficializada no Diário Oficial da União.

O nome de França foi enviado para o Senado, que vai ainda sabatinar o ex-chanceler para dar o aval a sua nova posição. Ele precisará passar pela Comissão de Relações Exteriores do Senado e, em seguida, ter seu nome aprovado pelo plenário da Casa.

Carlos França foi aprovado pelo governo canadense ainda em maio para ocupar o cargo, segundo informações do Itamaraty.

França foi ministro das Relações Exteriores na segunda metade do governo, substituindo Ernesto Araújo.

O ex-chanceler assumiu o cargo em meados de 2021 e já no Itamaraty, tomou medidas para desfazer o legado negativo deixado por Araújo: reverteu o apoio brasileiro ao embargo americano a Cuba, passou a cultivar boas relações com a China e investiu no que chamou de diplomacia da vacina.

Em meio à pandemia de covid, França anunciou que trabalharia com três vertentes: saúde, meio ambiente e recuperação econômica. Ganhou prestígio junto a outros ministros, ao negociar com os chineses a compra de insumos para a fabricação de vacinas e minimizou as críticas dirigidas ao Itamaraty por parte da comunidade internacional.

Antes de ser ministro, França assumiu a chefia do cerimonial da Presidência da República (2019) e assessor-chefe especial do presidente da República (2020).

Perfil

França foi chanceler na segunda metade do governo do Bolsonaro. Ele substituiu Ernesto Araújo, que pediu demissão em março de 2021 após pressão do Congresso e desgaste da relação com a China, maior parceiro comercial do Brasil. Também chefiou a assessoria especial da Presidência e o cerimonial do Planalto antes de assumir o ministério.

Ao assumir o cargo, França prometeu fortalecer a “cooperação internacional, sem exclusões”. Ele se reuniu com a cúpula da diplomacia chinesa, num sinal de ruptura com a administração de Ernesto Araújo.

Em 2021, sofreu um abalo em seu prestígio durante a passagem da comitiva presidencial por Nova York. Ele foi filmado fazendo uma suposta arma com os dedos, símbolo dos apoiadores de Bolsonaro. Na época, fontes com contatos próximos a ele indicaram que não houve intenção de imitar um gesto de arma, mas fazer uma referência para que alguém subisse ao carro onde estavam.

O ex-chanceler de Bolsonaro é considerado um quadro técnico do Itamaraty. Graduado em direito, ele entrou no serviço diplomático em 1991. Ao contrário da maior parte das cerimônias de transmissão de cargo no início do governo Lula, França esteve presente no evento no Itamaraty, gesto considerado republicano pela equipe petista.

A indicação desagrada parte dos diplomatas devido à reunião promovida por Bolsonaro com embaixadores. Na ocasião, o então presidente, que concorria à reeleição, promoveu ataques sem fundamentos ao sistema eleitoral brasileiro. O caso começou a ser julgado nessa quinta (22) pelo TSE e, se condenado, o ex-presidente pode ficar inelegível por oito anos.

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