Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 7 de agosto de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou na segunda-feira (7) a Belém para participar da Cúpula da Amazônia, que reúne os oito países detentores da floresta para debater preservação. Ao chegar, Lula foi questionado sobre a exploração de petróleo na Amazônia e ironizou: “Você acha que eu vim aqui para discutir isso agora?”.
O pedido de licença feito pela Petrobras para explorar petróleo na foz do Rio Amazonas motivou críticas de ambientalistas, que consideram que apontam risco a preservação do bioma. Em maio, o Ibama negou o pedido da Petrobras para iniciar a perfuração na foz, a medida gerou crise interna no governo entre a área ambiental e energética.
Ao chegar a Belém, Lula foi questionado se tentaria acelerar essa autorização por parte do Ibama. O presidente participará, a partir desta terça-feira (8), da Cúpula da Amazônia com chefes de Estado da região. O presidente tem defendido adoção de uma meta comum de zerar o desmate na Amazônia, mas a proposta não é consenso entre os países.
Por outro lado, o governo brasileiro tem sido constrangido quanto ao projeto de exploração de petróleo. A Colômbia tem pautado a discussão para zerar a extração do recurso na floresta.
Marina Silva
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o momento não é de “atitudes erráticas” em relação à Amazônia – e cobrou que as decisões sobre o bioma sejam baseadas em evidências.
“Qualquer atitude que não considere o que a ciência está dizendo pode cometer erros que são irreversíveis e com grande prejuízo”, afirmou Marina ao lado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Os ministros falaram à imprensa antes de uma reunião com seus homólogos (ministros das mesmas áreas) dos outros oito países amazônicos.
“Mesmo que consigamos reduzir desmatamento em 100%, se o mundo não parar com emissões por combustível fóssil, nós vamos prejudicar a Amazônia de igual forma”, disse Marina. “Não se trabalha com imposição de pensamento, se trabalha com consenso progressivo.”
Marina Silva afirmou que os 14 anos de ausência de reuniões de presidentes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) agravaram a situação na região. O último encontro de chefes de estado foi em 2009, em Manaus.
Ela reforçou que os países devem se comprometer a não atingir o ponto de não retorno da Amazônia.
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