Sábado, 18 de janeiro de 2025

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Voltar Lula critica taxa de juros do crédito consignado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nessa terça-feira (27) as taxas de juros do empréstimo consignado, cujo teto para beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) está em 1,97% ao mês.

No programa semanal “Conversa com o presidente”, Lula fez um comparativo com os juros cobrados de grandes empresários e disse que vai conversar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e com os presidentes dos bancos para rever as taxas do consignado.

“O que me deixa indignado é que o juro do crédito consignado, que é dado para pessoas que têm emprego garantido, que é descontado no salário — e, portanto, não tem como perder —, é 1,97%. Juros sobre juros dá quase 30% ao mês [sic]”, afirmou o presidente, se referindo à taxa anual (juros de 1,97% ao mês equivalem a 26,37% ao ano, por causa dos juros compostos).

“Como é que o cara que ganha R$ 2 mil e pega R$ 1 mil no crédito consignado vai pagar 30% ao mês [sic], e eu estou emprestando dinheiro para os grandes a 10% ao mês [sic]?”, afirmou Lula, confundido novamente juros anuais com mensais. “O deles [empresários] também é caro. Mas esse [empréstimo consignado] é triplamente caro”.

“Vou conversar com o Haddad, com os presidentes dos bancos, para saber como a gente está lesando o povo pobre nisso. A gente está dando como garantia a folha de pagamento e ele [trabalhador] ainda paga mais caro que o empresário pelo empréstimo. O cara vai ao BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], pega empréstimo a 14% ao ano. É muito caro, é um roubo, mas é metade do que paga o crédito consignado, que dá garantia. Não tem como dar cano, porque desconta na folha”, afirmou Lula.

No mesmo dia das críticas do presidente, o Procon-SP divulgou levantamento em que mostra que os juros do consignado podem chegar a 5,20% ao mês (ou 83,73% ao ano) nos grandes bancos, em contratos de 48 meses. A maior taxa é a do Santander, para funcionários de empresas privadas.

Polêmica

O governo federal tentou reduzir à força o limite dos juros do consignado para beneficiários do INSS no começo do ano, de 2,14% para 1,70% ao mês, mas acabou recuando para uma taxa intermediária: 1,97%. A medida foi aprovada pelo CNPS (Conselho Nacional da Previdência Social) em março, após intensa negociação com bancos e dentro do próprio governo.

A redução inicial, de 2,14% para 1,70% ao mês, havia sido capitaneada pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), sem o aval da área política (Casa Civil) e da área econômica (Fazenda). Mas a medida teve um efeito colateral inesperado: os bancos suspenderam a linha de crédito — inclusive o Banco do Brasil (BBAS3) e a Caixa Econômica Federal, o que gerou fortes críticas de Lupi.

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