Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 28 de dezembro de 2022
Em paralelo aos chamados “Faria Limers”, termo usado em referência aos profissionais que trabalham na região da Faria Lima, na cidade de São Paulo, outra categoria de jovens endinheirados vem crescendo fora dos muros do “Condado”. São os “outliers digitais”, batizados assim por pensarem “fora da caixa”. Há algumas semelhanças entre os dois grupos, como o desejo de alcançar liberdade financeira cedo na vida e não medir esforços e horas de trabalho.
Mas há também grandes diferenças. Os outliers, por exemplo, são donos do próprio negócio e nômades digitais por essência. Com um computador na mala e acesso à internet banda larga, conseguem levantar milhões de qualquer lugar do mundo, o que é um dos grandes drives dessa turma. Quem explica isso é o empreendedor digital Thiago Finch, que ficou milionário aos 21 anos trabalhando com marketing digital.
Nascido e criado na pequena João Monlevade, em Minas Gerais, ele conta que descobriu a ferramenta aos 17 anos. No Brasil ainda não havia quase nada do tipo, mas os Estados Unidos já despontavam como polo na modalidade. Ele resolveu então encerrar o empreendimento que tocava desde os 12 anos – um pequeno comércio de games montado no estoque de calçados da loja da mãe – para decifrar o marketing digital e trabalhar com isso. “Meus pais ficaram bem céticos. Os dois eram empreendedores de classe média baixa e queriam que eu continuasse estudando. Foi polêmico, mas eu estava decidido.”
Ao contrário do que os pais acreditavam na época, os estudos vieram. “Comprei alguns cursos em inglês e comecei a estudar dentro de casa. O desafio era duplo porque eu tinha de interpretar o inglês e entender a parte técnica ao mesmo tempo”, explica Finch. “Foram quatro anos de estudo contínuo, dizendo não a convites para festas, aniversários e até Natal, rabiscando as paredes da minha mãe com funis de venda. Parecia um cientista maluco.”
O primeiro produto digital, segundo ele, foi desenvolvido com a ajuda de um amigo que emprestou o cartão de crédito para comprar as ferramentas necessárias e colocar toda a engenharia em operação. Era um curso sobre investimentos feito em parceria com um especialista da área, proprietário de uma rede de lojas na cidade natal do empreendedor. O primeiro resultado veio 8 meses após o início da jornada.
Na sequência ele começou a investir em PLRs (Private Label Rights), que são produtos digitais prontos para serem comprados e revendidos, sem cobrança de royalties. “Essa foi a grande sacada. Fiquei de 3 a 4 anos fazendo somente isso, sem expor a minha cara online. No PLR, 95% do trabalho é técnica de venda. Foram mais de R$ 40 milhões de faturamento”, diz Finch.
Foi a essa altura – já milionário com apenas 6 anos de estrada no marketing digital – que ele decidiu empacotar um conteúdo próprio. O curso Nômade Milionário, em que ensina o que ele mesmo colocou em prática para chegar a seus resultados, foi um marco na história do marketing digital não só no Brasil, mas no mundo, com R$ 24 milhões faturados só no primeiro lançamento.
Dinheiro sem tabu
Especialista em marketing digital, Rejane Toigo explica que uma das características que diferenciam o estilo de empreendedorismo dos outliers digitais é a ausência de um viés inconsciente específico, que muitas vezes impede o sucesso nos negócios. “Esses empreendedores são determinados a ganhar dinheiro. Como sociedade judaico-cristã, temos muitos pudores e o dinheiro é um deles. É um tabu”, ela analisa. “Esses jovens empreendedores não tiveram tempo de absorver a culpa do dinheiro; se despiram desse pudor e são determinados a prosperar.”
No Ar: Show da Tarde