Segunda-feira, 02 de dezembro de 2024

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Voltar Israel x Hamas: maior temor do mercado financeiro, agora, é o envolvimento do Irã no conflito

As incertezas provocadas pelo conflito entre Israel e Hamas no Oriente Médio, aliadas a possibilidade da insurgência do Irã, subiu ao topo da lista das preocupações dos investidores em mercados emergentes. A guerra no Oriente Médio substituiu o Federal Reserve (Fed, banco central americano) e o crescimento da China como a preocupação mais imediata dos investidores.

Um dos principais receios é que os Estados Unidos possam assumir um papel mais ativo. Nesta terça-feira (10) o presidente americano, Joe Biden, reforçou o apoio a Israel.

“Neste momento devemos ser extremamente claros: estamos com Israel. E vamos assegurar que eles possam cuidar de todos os seus cidadãos e se defendam desse ataque”, disse o presidente dos EUA.

Um artigo do americano Wall Street Journal afirmou que o Irã estaria ativamente envolvido no planejamento do ataque. O Irã negou que estivesse envolvido.

“O consenso geral é que os efeitos deste conflito serão localizados”, disse Simon Harvey, chefe de análise de câmbio da Monex Europe.

“Mas existe o risco de que isto se amplie em um conflito maior que ameaça desestabilizar a região como um todo, e é por isso que será dada muita atenção às ações dos EUA e Irã nos próximos dias.”

Para analistas, no entanto, o temor pode fazer com que a economia americana desacelere, diminuindo a necessidade de mais juros para controlar a inflação.

Em relatório enviado a clientes, a Ágora recorda que os juros dos Treasuries, os tesouros públicos americanos, caíram fortemente, refletindo ainda alguma procura por segurança por parte dos investidores “,lembrando que, na renda fixa, quando o preço do título sobe (em função da maior demanda) o rendimento do título cai”.

Além disso, as falas menos duras do vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, sobre sinais de desaceleração da inflação, que ocorreram simultaneamente ao aumento das incertezas geopolíticas causadas pelo conflito entre o Hamas e Israel, contribuíram para amenizar a temperatura dos investidores.

“Esses ajustes externos sugerem que o dia possa ser novamente positivo para os ativos domésticos hoje, embora (assim como ontem) a grande representatividade das petroleiras dentro do Ibovespa possa impactar o desempenho geral do mercado”, informa a Ágora.

Por fim, os analistas notam que a elevação para o desempenho do Brasil neste ano pelo FMI, prevendo a economia crescendo 3,1% ante 2,1% anteriormente, não deve exercer grandes influências sobre os negócios, ”as projeções já estão bastante alinhadas com o consenso de mercado, por exemplo”.

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