Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 5 de dezembro de 2022
A adoção, por parte do presidente eleito Lula (PT), de uma política fiscal pragmática, que busque equilibrar as despesas com as receitas, levaria o câmbio para a cotação de R$ 5 em um horizonte de 6 a 12 meses, afirmou o diretor de investimentos para mercados emergentes das Américas do UBS Global Wealth Management, Alejo Czerwonko.
“Ele deverá recuar dos seus objetivos de elevar os gastos públicos de forma excessiva”, frisa o executivo, alertando que o mercado está avesso a risco em tempos de juros mais altos nos Estados Unidos.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:
1) Quais são as expectativas de investidores para a política econômica de Lula?
O presidente eleito enfrentará grandes restrições externas e internas. O mundo mudou após a pandemia. A inflação está alta, os bancos centrais subiram juros e a liquidez está restrita. Nesta conjuntura, a boa formulação de políticas importa mais para os emergentes.
Não é preciso muito para que investidores globais hoje fujam de países que estão se movendo na direção errada, pois eles podem alocar capital em títulos de curto prazo do Tesouro dos EUA, rendendo cerca de 4,5% ao ano. O Brasil não é exceção. Veja a queda das ações no início deste mês.
Se uma nação adotar políticas fiscal e monetária prudentes será modestamente recompensada. Se escolher um conjunto de políticas não ortodoxas será gravemente penalizada. Há um conjunto de restrições muito importantes e acredito que o presidente Lula entenda que elas existem.
2) No seu cenário-base, qual é a tendência do câmbio nos próximos trimestres?
No horizonte de 6 a 12 meses, acreditamos que o câmbio ficará em R$ 5, considerando que o novo governo adotará uma política fiscal pragmática. Se isso não ocorrer, é provável que supere R$ 5,50 neste período.
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