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Por Redação Rádio Caiçara | 8 de setembro de 2023
Novos documentos indicam que igrejas católicas em Roma, na Itália, abrigaram pelo menos 3,2 mil judeus que fugiam do nazismo. A informação consta em um comunicado assinado pelo Pontifício Instituto Bíblico em Roma, pela Comunidade Judaica da cidade e pelo Yad Vashem, memorial oficial de Israel para lembrar as vítimas do Holocausto.
Pesquisadores das três instituições apresentaram as informações na quinta-feira (7) em uma conferência no Museu da Shoá – termo usado pela comunidade judaica para se referir ao Holocausto –, próximo à Grande Sinagoga de Roma.
Os documentos listam nomes – corroborados pela comunidade judaica local – de pelo menos 3,2 mil judeus que teriam sido abrigados por 100 congregações de mulheres e outras 55 de homens.
Lista era dada como perdida
Segundo o anúncio conjunto, a lista de instituições católicas que acolheram judeus já havia sido publicada pelo historiador italiano Renzo de Felice em 1961, mas a documentação completa – originalmente compilada pelo clérigo jesuíta Gozzolino Birolo entre 1944 e 1945, após a libertação de Roma pelos aliados – era, até então, dada como perdida.
“A lista redescoberta recentemente menciona mais de 4,3 mil pessoas, dentre as quais 3,6 mil são identificadas pelo nome”, consta no comunicado. “A comparação com os documentos mantidos no arquivo da Comunidade Judaica de Roma indica que 3,2 mil certamente eram judeus”, diz o documento.
“Destes 3,2 mil, sabe-se onde estavam escondidos e, em certas circunstâncias, onde viviam antes de serem perseguidos”, continua o texto. “A documentação, portanto, eleva significativamente a informação sobre a história do resgate de judeus no contexto das instituições católicas de Roma.”
As instituições alegam que não revelarão os nomes das listas para proteger a privacidade dos envolvidos e de seus descendentes.
Roma esteve sob ocupação nazista
A capital italiana foi ocupada pelos nazistas durante nove meses entre 1943 e 1944. Nesse período, segundo o comunicado, cerca de 2 mil judeus – de um total de 10 mil a 15 mil que viviam na cidade – foram deportados e assassinados.
Aproximadamente 8 mil judeus italianos perderam a vida no Holocausto. Antes mesmo da ocupação nazista, em 1938, o regime fascista de Benito Mussolini introduziu leis antissemitas que impuseram a segregação da população judaica local.
No Ar: Caiçara Confidencial