Terça-feira, 15 de outubro de 2024

Terça-feira, 15 de outubro de 2024

Voltar IBGE: apenas três Estados têm recuo significativo do desemprego

O mercado de trabalho no Estado de São Paulo mostrou melhora na passagem do segundo trimestre para o terceiro trimestre deste ano, ajudando o bom desempenho do emprego nacional no período. A taxa de desemprego em São Paulo caiu de 7,8% no segundo trimestre para 7,1% no terceiro trimestre. Na média nacional, a taxa de desocupação caiu de 8,0% para 7,7% no período. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além de São Paulo, apenas mais duas Unidades da Federação mostraram redução na taxa de desemprego considerada estatisticamente significativa (com variação superior à margem de erro da pesquisa): Maranhão, de 8,8% para 6,7%, e Acre, de 9,3% para 6,2%.

A queda na taxa de desocupação no Brasil não foi um processo disseminado nos estados, mas a maior parte das Unidades da Federação mostra uma tendência de redução, ressaltou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

No Estado de São Paulo, houve geração de vagas, ao mesmo tempo em que diminuiu o número de desempregados e de pessoas na inatividade (que nem trabalham nem buscam emprego). As medidas de subutilização da força de trabalho também avançaram positivamente, com redução, inclusive, no desalento.

Em apenas um trimestre, houve abertura de 268 mil postos de trabalho, e a fila de desempregados encolheu em 170 mil pessoas em São Paulo. Além disso, 101 mil pessoas deixaram a inatividade.

O destaque na geração de vagas foi o grupamento de informação e comunicação, serviços financeiros, administrativos e profissionais, disse Beringuy. Em relação à qualidade do emprego, o mercado de trabalho paulista mostrou ainda avanço na carteira assinada no setor privado, com 213 mil vagas a mais em um trimestre.

A melhora também foi notada nas medidas de subutilização da força de trabalho no estado. Em apenas um trimestre, São Paulo reduziu em 270 mil o contingente de subutilizados. A queda na população desalentada – que não busca emprego por acreditar que não conseguiria encontrar uma oportunidade, por exemplo – foi de 96 mil pessoas no período.

O Estado de São Paulo concentra 24,2% de toda a população ocupada no Brasil, seguido por Minas Gerais (10,6%), Rio de Janeiro (8,0%), Bahia (6,1%), Rio Grande do Sul (5,9%) e Paraná (5,9%).

“Perceba que também são os estados mais populosos”, frisou Beringuy. “Os estados mais populosos são os que têm mais população ocupada, mas São Paulo figura despontando, com quase um quarto da população ocupada no País.”

Considerando apenas São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os três estados respondem juntos por 42,8% de todos os postos de trabalho existentes atualmente no Brasil.

Longa duração

Entre os que permaneciam desempregados, o País tinha 1,849 milhão de pessoas em situação de desemprego de mais longo prazo, ou seja, em busca de um trabalho há pelo menos dois anos. Se considerados todos os que procuram emprego há pelo menos um ano, esse contingente em situação de desemprego de longa duração subia a 2,795 milhões no terceiro trimestre de 2023.

Apesar do contingente ainda elevado, o total de pessoas que tentavam uma oportunidade de trabalho há dois anos ou mais encolheu 28,2% em relação ao terceiro trimestre de 2022.

Outras 946 mil pessoas buscavam emprego há pelo menos um ano, porém menos de dois anos, 14,2% menos indivíduos nessa situação ante o terceiro trimestre de 2022; 3,897 milhões de brasileiros procuravam trabalho há mais de um mês, mas menos de um ano, queda de 7,4%; e 1,624 milhão tentavam uma vaga há menos de um mês, um aumento de 3,2%.

Entre todas as Unidades da Federação, o estado do Rio de Janeiro tinha a maior proporção de pessoas em situação de desemprego de longa duração. Dos 979 mil desempregados existentes no estado no período, 37,7% procuravam trabalho há dois anos ou mais.

Em São Paulo, 18,5% dos 1,862 milhão de desempregados existentes no terceiro trimestre estavam em busca de uma vaga há pelo menos dois anos. Em Minas Gerais, 9,5% dos 675 mil desempregados do estado estavam nessa situação de desemprego de longa duração.

Mulheres e negros

A taxa de desemprego foi de 6,4% para os homens no terceiro trimestre, ante um resultado de 9,3% para as mulheres.

Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 5,9%, muito aquém do resultado para os pretos (9,6%) e pardos (8,9%).

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto foi de 13,5%, quase quatro vezes maior que o resultado para as pessoas com nível superior completo, cuja taxa foi de 3,5%.

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