Quinta-feira, 10 de outubro de 2024
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Por Redação Rádio Caiçara | 22 de novembro de 2023
Em preparação para a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira (22) com representantes de entidades de todos os biomas brasileiros dedicadas à preservação ambiental.
De acordo com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o governo está comprometido em desenvolver planos abrangentes de prevenção e controle do desmatamento, bem como de promoção do desenvolvimento sustentável para todos os biomas.
“O grande desafio é de como a gente faz para que a proteção da nossa biodiversidade, a proteção das nossas florestas, a proteção das populações tradicionais seja acompanhada de um novo modelo de desenvolvimento, aonde o combate à desigualdade, o combate à pobreza, seja uma das ferramentas, inclusive, para a proteção do meio ambiente”, disse a ministra em conversa com jornalistas após o encontro no Palácio do Planalto.
O programa de combate ao desmatamento na Amazônia foi apresentado em junho e está em processo de implementação. Segundo a ministra, os resultados já indicam uma redução de 49,5% no desmatamento nos primeiros 10 meses do ano.
O plano para o Cerrado foi concluído e será lançado em breve. Os planos para os demais biomas, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa, têm previsão de conclusão até junho do ano que vem.
Compromisso
A COP 28 realizará uma avaliação da implementação do Acordo de Paris, estabelecido durante a COP 21 em 2015. Conforme mencionado pela ministra Marina Silva, o Brasil pretende reafirmar seu compromisso em limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, buscando a redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, o país buscará recursos para iniciativas de reparação e para apoiar uma transição justa nos países em desenvolvimento.
“Já conseguimos uma redução de 250 milhões de toneladas de gás carbônico nesses 10 meses de governo com a redução do desmatamento, mas não queremos nos conformar com os resultados já alcançados. Nosso compromisso é de desmatamento zero, nosso compromisso é de proteção do Cerrado, da Mata Atlântica, da Caatinga, do Pantanal, do Pampa e de todos os biomas brasileiros, com olhar para os oceanos”, disse Marina.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia Legal durante o período de agosto de 2022 a julho de 2023 atingiu a marca de 9.001 quilômetros quadrados (km²), indicando uma redução de 22,3% em comparação ao ano anterior (2021/2022).
Conforme André Lima, secretário de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, mais de 50% das emissões de gases no Brasil são atribuídas ao desmatamento e às queimadas. Ele destaca que ao reduzir significativamente esses fenômenos, o país poderá proporcionar uma das maiores contribuições globais para a redução das emissões em um curto período. Lima ressalta que Amazônia e Cerrado, combinados, respondem por mais de 85% do desmatamento nacional, seguidos por Pantanal e Caatinga com taxas de supressão vegetal mais aceleradas.
A COP 28 está agendada para ocorrer em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, de 30 de novembro a 12 de dezembro. O presidente Lula está previsto para participar nos dias 1 e 2 de dezembro, durante a reunião de cúpula com a presença de 140 chefes de Estado e de governo. A delegação brasileira contará com aproximadamente 1,5 mil participantes da sociedade civil, empresas privadas, Congresso Nacional, governos estaduais e governo federal.
Municípios vulneráveis
A ministra Marina Silva informou ainda que está trabalhando na identificação de municípios brasileiros que são mais vulneráveis a efeitos extremos do clima, como chuvas e secas intensas. Segundo ela, em pouco mais de mil municípios poderá ser decretada emergência climática para que tenham tratamento prioritário na implementação de políticas públicas.
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