Segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 16 de outubro de 2023
O governo Lula quer sua base longe da disputa deflagrada entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo em pautas que custam caro à esquerda. A orientação aos líderes é para não entrarem em embates de cunho ideológico, pautados na Casa em reação à Corte. Com isso, temas como a descriminalização do uso da maconha e do aborto – que agora estão em julgamento no STF – não entrarão nas articulações governistas.
“Pauta de costume não é pauta de governo. É pauta dos partidos e do Congresso. O governo não vai se meter. O governo tem que dar conta da pauta econômica, principalmente nas questões centrais que geram renda e emprego”, disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
Embora o Planalto queira distância da crise, o movimento de reação ao Supremo conta com parlamentares do Centrão que integram o governo Lula. Para o Planalto, a situação é delicada pois os articuladores políticos sabem que não poderão cobrar fidelidade nesses temas.
Críticas ao Centrão
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, recorre aos tempos de universidade para rechaçar críticas ao Centrão. “Temos que adotar a pedagogia do papel do centro e mostrar sua importância para o Brasil”, ensina aos pares. “Nos últimos 5 anos, todas as pautas relevantes aprovadas no Congresso contaram com apoio do centro”.
Silvinho, como é chamado pelo presidente Lula, é formado em Pedagogia, e seu pai, o ex-vice-líder do governo Dilma, Silvio Costa, é empresário da Educação. O novo ministro foi nomeado na acomodação de PP e Republicanos no governo.
Reação dos deputados
Irritados com julgamentos do STF, entre eles também o que derrubou o marco temporal, deputados e senadores avançaram em pautas e adotaram ações regimentais para enfrentar a Corte. Os parlamentares querem votar projetos contra o aborto, contra a descriminalização do porte das drogas e já aprovaram em votação relâmpago na Comissão de Constituição e Justiça do Senado uma proposta de emenda constitucional que suprime poderes dos ministros do STF.
Embora o Planalto queira distância da crise, o movimento de reação ao Supremo conta com bancadas do Centrão que integram o governo Lula. Para o Planalto, a situação é delicada pois os articuladores políticos sabem que não poderão cobrar fidelidade nesses temas.
Questionado se haveria alguma orientação da base nessas questões, Guimarães afirmou: “o governo pode até orientar, mas não é a centralidade”. No marco temporal, o líder liberou a base para votar a urgência do projeto que limitaria a demarcação de terras indígenas, contrário às bandeiras defendidas pelo Planalto.
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