Sábado, 27 de julho de 2024

Sábado, 27 de julho de 2024

Voltar Governo brasileiro acende sinal de alerta após avaliar que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, avançou para além da retórica

As últimas ações do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ligaram o sinal de alerta no Palácio do Planalto e forçaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a convocar uma reunião de emergência com o chanceler Mauro Vieira e o embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente.

A avaliação de auxiliares de Lula é que Maduro avançou para além da retórica. O governo brasileiro mantém o entendimento de que um conflito iminente é improvável, mas a postura do presidente venezuelano, de certa forma, surpreende e obriga o Planalto a se movimentar.

Segundo auxiliares do Planalto, Lula fará todas as ações possíveis para evitar um conflito e deve fazer telefonemas para Maduro e para o presidente da Guiana, Irfaan Ali, nos próximos dias.

No Itamaraty, a avaliação é que Maduro é muito imprevisível, sobretudo em período eleitoral, e que não é possível fazer projeções a longo prazo, o que obriga um acompanhamento da situação de perto, dia-a-dia.

Segundo esses aliados, Lula não pensará duas vezes em subir o tom contra uma eventual ofensiva de Maduro, se ele avançar o sinal para além da retórica.

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, confirmou que recebeu ordem do presidente para blindar as fronteiras. Ele também finalizou processo que já estava em andamento de elevar ao status de batalhão um grupamento em Roraima, dobrando o efetivo militar na região de fronteira.

Novo mapa

Na última terça-feira, Maduro divulgou um novo mapa da Venezuela com a incorporação da região de Essequibo, que pertence à Guiana. Além disso, pelas redes sociais, o mandatário anunciou um decreto que cria a “zona de defesa integral Guayana Essequiba (como a região é chamada na Venezuela)” e apresentou à assembleia de deputados um projeto de lei para a criação da província.

Mesmo que uma guerra não esteja no horizonte próximo, o simples acirramento da tensão preocupa o governo brasileiro porque aumentam as chances da instalação de uma base militar dos Estados Unidos dentro do território da Guiana. Para o Brasil, se isso se concretizar, será um fator de desestabilização na região e poderia minar a liderança brasileira na América do Sul.

Para fontes diplomáticas, Maduro aposta na tese da anexação de parte da Guiana, fartamente presente nos livros de história da Venezuela, para despertar sentimento nacionalista às portas da eleição, de maneira a angariar apoio e mobilização popular.

Essa combinação, porém, pode ter resultados catastróficos. Retórica bélica associada a nacionalismo, teria alertado Celso Amorim a Maduro, é uma soma que pode mergulhar o país e o próprio futuro do governo venezuelano em profunda incerteza, ficando à mercê de qualquer fatalidade externa ou mesmo em regiões de fronteiras.

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