Sábado, 18 de maio de 2024

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Voltar Governador gaúcho diz que o Estado precisará de programa de recuperação similar ao da Europa depois da Segunda Guerra Mundial

Em um de seus pronunciamentos nesse fim de semana, o governador gaúcho Eduardo Leite afirmou que a reconstrução de áreas do Rio Grande do Sul devastadas pelas chuvas nos últimos dias exigirá um “Plano Marshall”. Ele se referiu ao célebre programa de auxílio financeiro deflagrado pelos Estados Unidos em países europeus após a a destruição causada pela Segunda Guerra Mundial (1938-1945).

“Precisaremos de um ‘Plano Marshall’, no sentido de uma iniciativa de de excepcionalidade em projetos e recursos”, comparou durante conversa com jornalistas. “O povo que foi vítima da tragédia não pode ser também vítima de desassistência. Mesmo quando a chuva parar, teremos dias difíceis pela frente e precisaremos de toda a ajuda possível.”

Ele estava acompanhado dos ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) e Waldez Góes (Desenvolvimento e Integração Regional), integrantes da segunda comitiva liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde a última quinta-feira (2).

Eduardo Leite também agradeceu ao governo federal pelo apoio ao enfrentamento da pior tragédia climática na história conhecida do Rio Grande do Sul. Em um momento no qual os gaúchos ainda contabilizam perdas humanas, materiais e financeiras, ele também voltou a bater na tecla da importância de se deixar as diferenças de lado:

“A bandeira do Rio Grande do Sul é hoje a bandeira de todo o Brasil. Todos nós, líderes políticos, devemos nos colocar à altura do fato, independente de partido, corrente ideológica ou qualquer outra diferença. E é isso que eu sinto na disposição de todas as partes”.

Referência histórica

O “Plano Marshall” recebeu essa denominação em referência ao seu criador, o general George Catlett Marshall, dos Estados Unidos – um dos integrantes do grupo de vencedores (os Aliados) do conflito mundial contra a aliança formada por Alemanha, Itália e Japão (o Eixo). No foco estavam empréstimos de grandes somas aos governos nacionais contemplados, mediante baixas taxas de juros.

Encerrada a guerra em 1945, um dos saldos negativos de oito anos de confronto foi a devastação da maior parte da Europa Ocidental, principal palco de batalhas e bombardeios. O governo norte-americano implementou entre 1948 e 1952 o programa de aceleração do processo de restabelecimento de economias e infraestruturas arrasadas.

O nome oficial do plano era “European Recovery Program” (Programa de Recuperação Europeia, em livre tradução para a língua portuguesa). Estima-se que os Estados Unidos tenham injetado o equivalente a mais de 130 bilhões de dólares (valores de hoje) em ações no Reino Unido, França, Holanda e até mesmo nas derrotadas Itália e Alemanha.

Dentre os alvos do financiamento estavam os setores da indústria, agricultura e comércio exterior. A iniciativa se deu por meio da criação de órgãos internacionais como a Organização para a Cooperação Econômica Europeia (Oeec), que futuramente evoluiria para a atual Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

(Marcello Campos)

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