Terça-feira, 13 de maio de 2025

Terça-feira, 13 de maio de 2025

Voltar Fraude do INSS tem 2,5 vezes mais repercussão que a crise do Pix em grupos de mensagem, mostra pesquisa

A repercussão sobre a fraude nos descontos do INSS em grupos de mensagens nas plataformas WhatsApp, Discord e Telegram superou o número de menções em outros episódios deste ano com amplitude nacional, como a crise do Pix, a internação do ex-presidente Jair Bolsonaro e a discussão sobre o projeto de anistia para os envolvidos no 8 de Janeiro. É o que revela pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira (12).

Os pesquisadores mapearam 3,6 milhões de mensagens que citavam diretamente o tema entre os dias 21 de abril e 7 de maio. Foram considerados na amostra 30 mil grupos públicos acompanhados pela Quaest. Foi adotada uma metodologia chamada social listening, na qual o monitoramento permite identificar tendências e sentimentos.

Ao comparar os primeiros 15 dias de repercussão dos escândalos do INSS com a repercussão da suposta taxação do Pix, os resultados mostram que o caso da fraude nos descontos gerou um volume de mensagens 2,6 vezes maior.

Conforme o estudo, 50% das mensagens capturadas sobre o escândalo do INSS nos grupos de mensagens apresentam crítica e são acompanhadas de notícias em sua maioria (47%). A defesa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece em apenas 3% do conteúdo coletado.

A evolução das mensagens em grupos públicos de mensagens aponta para três momentos em que o volume de menções ao tema subiu rapidamente na comparação com os dias anteriores:

* O primeiro ocorreu logo no primeiro dia da deflagração da operação (23/4);
* O segundo ocorre no dia de divulgação do relatório da PF (29/4);
* O terceiro acontece entre o domingo passado e esta segunda-feira, mobilizado pela publicação do vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
* O vídeo publicado por Nikolas sobre o INSS na semana passada teve um impacto significativamente maior nestes grupos nos primeiros dois dias após sua publicação, com 108% a mais de menções em comparação ao vídeo sobre o Pix, divulgado em 14 de janeiro de 2025.

A pesquisa mostra que o tema também superou o interesse pela saúde de Bolsonaro e pela anistia. O último tópico tem mobilizado pouco os grupos nos últimos dias, inclusive no campo da direita, mostra a Quaest.

Entenda

A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram no fim de abril uma megaoperação para combater descontos não autorizados em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. O chefe do órgão, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo por decisão judicial e depois demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A operação, que envolveu centenas de policiais e auditores, foi autorizada pela Justiça do Distrito Federal para combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. As investigações apontam que a soma dos valores descontados chega a R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024, mas ainda será apurado qual porcentagem foi feita de forma ilegal.

As investigações apontaram que havia descontos sobre valores pagos mensalmente pelo INSS como se os beneficiários tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos. Após a operação, o governo suspendeu todos os acordos que previam desconto nas aposentadorias. As informações são do jornal O Globo.

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No Ar: Caiçara Confidencial