Sábado, 27 de julho de 2024

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Voltar Fazendeiro preso por ameaçar Lula foi multado em R$ 625 mil por crime ambiental

Arilson Strapasson, preso por suspeita de ameaçar o presidente Lula, já foi autuado por crimes ambientais pelo Ibama e levou multas de R$ 625 mil por desmatamento na Amazônia.

Fazendeiro, o bolsonarista já atuou também como garimpeiro, participou e financiou atos golpistas no Pará, segundo ele mesmo informou à Polícia Federal (PF) quando foi preso na quinta-feira (3) por suspeita de ameaça contra o presidente Lula. No início da noite dessa sexta (4), ele foi solto.

Ele relatou aos policiais que invadiu a Câmara de Deputados em 8 de janeiro e participou e financiou manifestações em frente a um quartel em Santarém. Já as multas foram por desmatamento em 2015 e 2020 na região de Novo Progresso, segundo o Ibama.

Da região Sul do País, o fazendeiro se estabeleceu no Pará e vive em Novo Progresso, no sudoeste do Estado. Ele costuma ir a Santarém comprar insumos para sua fazenda.

Já Novo Progresso foi onde a PF prendeu o suspeito de ser o maior devastador da Amazônia. A cidade foi a que mais deu votos no Pará ao ex-presidente Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições: quase 83% dos votos.

Endereços de Arilson foram alvo de dois mandados de busca e apreensão da Polícia Federal nessa sexta para “levantar mais elementos de convicção”.

Um vigilante suspeito de espalhar ameaças contra o presidente Lula (PT) também foi alvo de mandado e liberado após prestar depoimento à Polícia Federal (PF).

Multas 

Segundo o Ibama, foram estabelecidas duas multas contra Arilson, uma de R$ 235 mil em 2015 e outra de R$ 390 mil em 2020. O Ibama não confirmou se as multas foram pagas.

As degradações ambientais geraram dois embargos e duas autuações. Umas das áreas embargadas tem área de 77 hectares e fica em Novo Progresso.

A ação civil pública foi movida pelo Ministério Público Federal e ele foi alvo de processo ambiental da Vara da Justiça da Justiça Federal de Itaituba. A advogada que o defendeu foi nomeada pela Justiça que entendeu que ele não tinha “condições de arcar com advogado particular”.

Atos extremistas e ameaça 

Quando foi preso pela Polícia Federal na quinta, o fazendeiro relatou que foi a Brasília e participou da invasão à Câmara de Deputados em 8 de janeiro. A PF não passou informações sobre investigação dele pela participação nos atos golpistas.

Antes, o fazendeiro participou e financiou com R$ 60 mil as manifestações em frente a um batalhão ligado ao Exército em Santarém, sendo R$ 1 mil a cada dia, por dois meses.

Foi em Santarém que ele foi preso na quinta por ameaças feitas na quarta (2) enquanto ele comprava bebidas em uma loja. Ele disse que atiraria no presidente Lula e perguntou a quem estava no local se sabiam o hotel em que Lula ficaria hospedado no Estado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou nessa sexta a ameaça e afirmou não ter “medo de cara feia”.

De acordo com a Polícia Federal, com ele foi encontrado um comprovante de compra e venda de um imóvel na região no valor de R$ 2,5 milhões, mas não foram informados detalhes sobre a propriedade.

Nessa sexta, a Polícia Federal realizou buscas em endereços dele e não confirmou o que foi apreendido e as cidades onde os dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

O inquérito instaurado segue em andamento e ele pode responder pelos crimes de ameaça e incitação de atentado contra autoridade por motivação política.

O presidente Lula estará no Pará nos próximos dias. Nesta segunda-feira (7), ele participa de programação em Santarém. Já na terça (8) e na quarta (9) ele estará em Belém para a Cúpula da Amazônia, que reunirá presidentes para discussões ligadas à Amazônia e a COP.

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