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Por Redação Rádio Caiçara | 27 de julho de 2022
Localizada no Centro Histórico de Porto Alegre, a Biblioteca Pública do Estado (BPE) abre nesta quinta-feira (18) uma exposição alusiva aos 116 anos de nascimento do poeta e tradutor gaúcho Mario Quintana (1906-1994). A mostra prossegue até o dia 18 de agosto, com peças relacionados à vida e obra do homenageado.
Dentre os itens em destaque estão o manuscrito de um poema inédito, doado neste ano pela Associação dos Amigos da BPE, além de cópias de outros originais, fotografias, documentos, informações e edições dos seus principais livro. Como lembrança, os visitantes poderão levar para casa textos depositados em um baú.
“Quintana era frequentador da sala de leitura da Biblioteca Pública, que considerava um refúgio de estudo e lazer”, ressalta a diretora da instituição, Morgana Marcon. “Recentemente, nossas pesquisas apontaram inclusive que ele frequentava este local desde a adolescência.”
Morgana menciona uma passagem do livro “Da Preguiça Como Método de Trabalho” (1987), na qual o autor relembra que, aos 17 anos, o seu comportamento incomodou o pai, que foi até a BPE consultar o fichário para saber quais obras o adolescente andava lendo.
A Biblioteca Pública do Estado fica na Rua Riachuelo nº 1.190, esquina com a Rua General Câmara (Ladeira), próximo à Praça da Matriz e ao Theatro São Pedro. Com curadoria de Cláudia Antunes, a exposição tem entrada franca e visitação de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h. Informações adicionais: (51) 3244-5045.
Popularidade
Um dos mais populares poetas brasileiros, Mario Quintana nasceu em Alegrete (Fronteira-Oeste) no dia 30 de julho de 1906, filho de um farmacêutico e de uma dona-de-casa. Em 1919 mudou-se para Porto Alegre para estudar no Colégio Militar e logo publicou seus primeiros versos na revista literária dos alunos da instituição.
Em 1924, trabalhou durante três meses na Livraria do Globo e no ano seguinte retornou para sua cidade natal, onde passou a trabalhar na farmácia da família. Com a morte da mãe, em 1926 se fixou na Capital, e logo ficou órfão também de pai.
Já em 1929, iniciou na atividade de tradutor na redação do jornal “O Estado do Rio Grande” e, no ano seguinte, teve versos publicados na “Revista Globo” e jornal “Correio do Povo”.
Em 1934, publicou sua primeira tradução, o livro “Palavras e Sangue”, de Giovanni Papini. O poeta também traduziu autores como Voltaire, Virginia Woolf, Emil Ludwig e Marcel Proust. Em 1936 transferiu-se para a Livraria do Globo, onde trabalhou com Erico Verissimo. Em 1940, Mário Quintana publicou seu primeiro livro de sonetos: “Rua dos Cataventos”.
Por três vezes. concorreu a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL), sem ser escolhido. Convidado a se candidatar pela quarta vez, recusou o convite. Em 1980 recebeu da mesma ABL o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto da obra e no ano seguinte foi agraciado com o Prêmio Jabuti como Personalidade Literária de 1981.
Solteiro e sem filhos, o poeta faleceu no Hospital Moinhos de Vento aos 87 anos, no dia 5 de maio de 1994, devido a insuficiência respiratória e cardíaca. O Hotel Majestic (na Rua da Praia), onde ele morou por 12 anos, foi transformado no centro cultural “Casa de Cultura Mário Quintana”.
(Marcello Campos)
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