Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 10 de março de 2023
O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que teve o mandato cassado e foi preso há sete anos em decorrência da Lava-Jato, deve entregar seis carros de luxo à Justiça, ordenou o novo juiz da Lava-Jato Eduardo Appio, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba. A frota inclui dois Porsche Cayenne, um Ford Fusion, um Ford Edge, um Hyundai Tucson e um Passat Variant Turbo. Os automóveis de luxo, registrados em nome da empresa “Jesus.com”, devem ser entregues em até cinco dias úteis.
“Revogo, por conseguinte, o respeitável despacho judicial deste Juízo Federal (nos autos de pedido de prisão preventiva de Eduardo Cunha 5052211-66.2016.4.04.7000 – decisão do evento 03 do então juiz federal Sérgio Moro) o qual havia autorizado que o acusado Eduardo Cunha (e seus familiares) ficassem na posse dos veículos de luxo”, diz Appio na decisão.
Em outubro de 2016, quando foi preso preventivamente em decorrência da Operação Lava-Jato, o Ministério Público Federal pediu pela segunda vez a apreensão de oito veículos do então deputado cassado Eduardo Cunha. Os bens somavam, na época, mais de R$ 1 milhão. Alguns deles são modelos luxuosos da marca Porsche avaliados em mais de R$ 300 mil cada. Entretanto, o juiz Sérgio Moro apenas determinou que os carros ficassem bloqueados, ou seja, não poderiam ser vendidos, mas permaneciam sob posse da família Cunha.
Os procuradores justificavam o pedido de apreensão dos veículos alegando que poderiam ser “produtos de crime”. “Vale frisar que, embora Eduardo Cunha já tenha sido objeto de busca e apreensão por ordem do Supremo Tribunal Federal, a repetição da diligência é pertinente, tendo em conta que o elemento “surpresa” da segunda busca e apreensão pode torná-la mais efetiva”, diz o documento, que segue: “Além disso, no presente momento, a medida visa arrecadar dinheiro em espécie e possíveis objetos adquiridos com produto do crime, como automóveis, joias, artigos de luxo”.
Em junho daquele ano, o então deputado teve bens bloqueados dentro de ação de improbidade apresentada pela Operação Lava-Jato.
Nas redes, Cunha afirmou que a decisão busca o “constrangimento público” e que as medidas não poderiam ser tomadas pela Justiça Federal de Curitiba, já que a ação seguiu para a Justiça Eleitoral. No despacho, Appio reconhece o declínio da ação penal, mas pondera que ainda tem atribuição a respeito de medidas cautelares.
Consultor da filha
Sete anos após ter seu mandato cassado, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha voltou a cruzar o plenário cheio da Casa no dia 1º de fevereiro deste ano. Desta vez, como coadjuvante. Estava ali para acompanhar sua filha e herdeira política, Dani Cunha (União-RJ), tomar posse como deputada federal pela primeira vez. Com o broche de parlamentar na lapela, ele andava com desenvoltura pelo Congresso e tentava convencer os interlocutores que, a partir de agora, não seria o protagonista da família.
Cunha afirma que a deputada tem muitas de suas qualidades, mas pouco de seus defeitos. A vitória dela, na prática, reabre as portas da política para ele. Cunha passou quatro anos preso, de 2016 a 2020, após ser condenado por diferentes crimes, como corrupção e lavagem de dinheiro.
“A Dani não é clã Cunha. Eu nunca quis ter clã”, diz.
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O ex-presidente da Câmara tentou voltar por meio das urnas em 2022, sem sucesso. Ele se candidatou a deputado federal por São Paulo, mas obteve apenas 5.044 votos. Cunha admite que o seu capital político no Rio elegeu Dani, com o apoio de 78,5 mil eleitores. Ambos trabalharam ativamente pela vitória dela.
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