Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 11 de junho de 2022
A ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, foi condenada, na sexta-feira (10), a dez anos de prisão, acusada de ter realizado um golpe de Estado contra o seu antecessor, o esquerdista Evo Morales , em 2019.
O Tribunal de Primeira Instância de La Paz afirmou que a pena será cumprida em uma penitenciária feminina na capital boliviana. O julgamento durou três meses. Jeanine foi presa em março de 2021.
O tribunal, presidido pelo juiz Germán Ramos, anunciou a condenação da ex-presidente, de 54 anos, “pelos crimes de resoluções contrárias à Constituição e violação de deveres”.
Ramos destacou na leitura da sentença “a plena convicção” dos magistrados sobre a “participação e responsabilidade criminal” de Jeanine e dos demais réus, que também terão que pagar uma quantia ainda não especificada por supostos danos ao Estado.
Em sua argumentação final, a senadora destacou que o tribunal “excluiu” provas que descartavam um golpe contra Morales em 2019. O esquerdista estava no poder há 14 anos.
“Eu nunca busquei o poder”, disse ela, que se define como “presa política”. “Fiz o que tinha que fazer, assumi a presidência por compromisso. Faria de novo se tivesse a oportunidade”, declarou Jeanine à Justiça. “Todo mundo sabe que sou inocente”, insistiu a ex-presidente, que governou a Bolívia em 2019 e 2020.
Também foram condenados a dez anos de prisão o ex-comandante das Forças Armadas William Kalimán e o ex-chefe de polícia Yuri Calderón. Ambos estão foragidos.
A senadora sucedeu Morales dois dias depois da renúncia do mandatário, em meio a uma forte convulsão social. Os opositores denunciaram que Morales havia cometido fraude nas eleições para ter acesso a um quarto mandato consecutivo, que iria até 2025.
Quando foi alçada a presidente interina, Jeanine reprimiu a forte oposição de movimentos sociais e camponeses ligados a Morales. A defesa dela argumentou que o Tribunal Constitucional Plurinacional reconheceu a legalidade do mandato de Jeanine e até o Congresso, controlado pelo partido de Morales, aprovou a prorrogação de seu mandato “constitucional” quando a pandemia de Covid-19 forçou o adiamento das eleições em 2020.
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