Quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 10 de agosto de 2023
O presidente do PP (Partido Prograssistas), senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que o partido continuará fazendo oposição ao governo Lula, apesar de seu correligionário, o deputado André Fufuca (PP-MA), já ter sido escolhido como futuro ministro, em um arranjo do Palácio do Planalto para obter apoio do Centrão.
Questionado se, a partir de agora, a sigla “faria o L” – gesto feito por apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva –, Ciro respondeu: “Impossível. Pelo menos enquanto eu for presidente. Eu acabei de ser reeleito, tenho mais três anos pela frente. É impossível que isso venha a ocorrer, eu sou contra radicalmente a entrada do partido (no governo)”, afirmou ele, que vê o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como “nome mais forte” da direita.
Ciro Nogueira disse que recusou uma tentativa de aproximação de Lula e reforçou que não quer participar das negociações de cargos com o Planalto. Mesmo se a ida de Fufuca para o governo se concretizar, avaliou o senador, o PP se manterá na oposição a Lula. “Se ele me ouvisse, não aceitaria essa indicação”, declarou, em referência ao deputado.
O senador criticou a condução pelo governo da reforma ministerial. “Acho que está sendo feita da forma incorreta. Primeiro, escolhem-se os nomes, para depois se escolher as pastas.”
Além de Fufuca, o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) também deve ganhar um ministério, mas o presidente da República ainda não definiu onde irá alocar os representantes do Centrão.
Aliado do PT no passado, Ciro Nogueira adotou nos últimos anos uma posição mais à direita no espectro político e ingressou no governo Jair Bolsonaro como ministro da Casa Civil, cargo definido pelo então presidente como a “alma do governo”. Com a derrota eleitoral de Bolsonaro, o senador passou para a oposição. “Não temos identificação, não temos o menor comprometimento, não temos a menor sintonia com o que esse governo está fazendo.”
Líder do partido na Câmara, Fufuca também é um dos vice-presidentes da sigla, mas teria de se afastar do cargo na Executiva Nacional e das decisões partidárias para assumir o ministério. Ciro Nogueira disse ainda ser contra a ex-deputada do PP Margarete Coelho (PI) assumir a presidência da Caixa Econômica Federal, como é cogitado nos bastidores.
O presidente do PP ponderou, contudo, que não seria da “tradição” da sigla punir com expulsão integrantes que apoiarem o Planalto, como ocorreu no PL, partido de Bolsonaro comandado por Valdemar Costa Neto. Mas ele lembrou que a legenda divulgará um manifesto com “cláusulas pétreas” que deverão ser obedecidas pelos parlamentares nas votações no Congresso. Ciro Nogueira negou que a negociação para Fufuca assumir o Ministério do Desenvolvimento Social seja estratégia para enfraquecer o atual ministro da pasta, o petista Wellington Dias, seu adversário no Piauí.
Débito
Ele avaliou ainda que o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), também seu correligionário, já “quitou o débito” que tinha com o governo pelo apoio dos petistas à sua reeleição ao comando da Casa. “Acho que ele mesmo está consciente de que não deve mais nada ao PT e que, agora, sua postura tem que ser de total independência”, disse.
Nogueira afirmou que vê Tarcísio como o nome mais forte da direita para concorrer ao Palácio do Planalto em 2026 após Bolsonaro ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – o ex-presidente está inelegível até 2030.
No Ar: Show Da Madrugada