Domingo, 18 de maio de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 22 de janeiro de 2023
O ex-ministro Anderson Torres deverá prestar novo depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (23). O pedido partiu da defesa do ex-secretário do Distrito Federal menos de 24 horas depois de ficar calado durante uma oitiva na PF na última quarta (18). É esperado que o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) quebre o silêncio e apresente sua versão sobre as acusações contra ele na investigação dos atos extremistas no dia 8 de janeiro.
Outra possibilidade para coleta de informações seria o celular do ex-ministro. Contudo, Torres não entregou o aparelho. A alternativa da PF, agora, é recorrer à recuperação de dados via armazenamento em nuvem.
Torres é acusado de omissão nos atos de invasão dos Três Poderes, depredados por extremistas que também agrediram policiais e jornalistas. Durante o episódio, ele estava de férias em Orlando, nos Estados Unidos, e teria negligenciado a segurança na capital federal mesmo diante dos avisos dos manifestantes extremistas.
Logo depois do ocorrido, o secretário foi exonerado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), que também acabou afastado do cargo, por pelo menos 90 dias, após decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Anderson foi detido assim que retornou ao Brasil, no dia 14. Ele passou por audiência de custódia virtual, e a Justiça determinou que ele seguisse preso.
Abandono
O ex-ministro teria sinalizado a pessoas próximas que se sentiu “abandonado” por Bolsonaro desde sua prisão e se mostrou decepcionado com o tratamento dado ao seu caso pelo ex-presidente.
A prisão de Anderson teria ligado um alerta entre os bolsonaristas para uma possível delação premiada. A cúpula do antigo governo já se mostrou preocupada com o que ele pode dizer.
Uma pessoa próxima ao ex-ministro indicou que Torres pode mesmo “derrubar” outros ex-integrantes do governo.
Segundo esta fonte, o ex-ministro fez favores para gente importante em Brasília e guardou informações relevantes sobre diversas figuras do poder. “Se (ele) for abandonado, não cairá sozinho”, afirmou.
No entanto, o advogado do próprio Anderson, Rodrigo Roca, havia descartado mais cedo a possibilidade de uma delação premiada. “Não há o que ser delatado”, disse.
Expulsão
Além de ser preso e chegar a pegar até 91 anos de detenção, Torres também corre o risco de ser expulso da Polícia Federal, onde atua desde 2003. Ele é delegado de carreira.
Segundo fontes da Polícia Federal, a cúpula da corporação já fala na expulsão do ex-ministro. A avaliação é que, após o avanço das investigações, Torres será alvo de um processo administrativo interno que culminará com sua exoneração definitiva.
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