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Por Redação Rádio Caiçara | 16 de março de 2023
Em depoimento prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira, o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro Anderson Torres classificou a chamada minuta golpista como “texto folclórico”, “loucura” e “lixo”.
Torres, que está preso desde o último dia 14 de janeiro em virtude dos atos golpistas de 8 de janeiro, disse desconhecer a autoria do material — que foi encontrado em sua casa pela Polícia Federal. Torres também afirmou que não tratou da minuta com Bolsonaro, repetindo o que já havia dito à PF.
O ex-ministro de Bolsonaro prestou depoimento durante uma hora e meia, no âmbito da ação que tramita no TSE a respeito de uma reunião do ex-presidente com embaixadores, na qual realizou uma série de ataques ao sistema eleitoral. A chamada minuta golpista encontrada na residência de Torres foi incluída no processo por determinação do corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves.
A ação, chamada de “Aije dos embaixadores”, é a mais avançada em andamento da Justiça Eleitoral contra Bolsonaro e pode levar à inelegibilidade do ex-mandatário por abuso de poder político.
Torres está preso no âmbito de inquérito sob relatoria de Moraes. O ex-secretário é suspeito de omissão na condução das forças de segurança pública em 8 de janeiro, quando extremistas invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes em Brasília.
Lives
Advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro chegaram a apresentar um recurso no TSE para impedir o depoimento de Torres. Eles ainda pediam a revogação de outras medidas complementares determinadas pelo TSE durante a ação, incluindo a própria inclusão da minuta golpista no processo. Os advogados de Bolsonaro afirmam que o depoimento de Torres “ostenta pouca ou nenhuma utilidade processual”, uma vez que o ex-ministro já foi ouvido sobre o documento no âmbito de outro inquérito.
Além dos esclarecimentos sobre a minuta, o ministro do TSE queria ouvir Torres sobre sua participação em uma live feita pelo ex-presidente com ataques ao sistema eleitoral. Na transmissão de julho de 2021, Bolsonaro promoveu uma série de teorias da conspiração sobre as urnas eletrônicas supostamente baseadas em um inquérito da Polícia Federal sobre as eleições de 2018. Segundo Gonçalves, esse fato também foi mencionado para os embaixadores na reunião de 2022.
A ação sobre a reunião de Bolsonaro com embaixadores no Palácio da Alvorada foi apresentada pelo PDT em agosto do ano passado. Diante da descoberta da minuta golpista na casa de Torres, em janeiro deste ano, os advogados do partido, Ezikelly Barros e Walber Agra, pediram para que os fatos sejam analisados de maneira conjunta, o que foi autorizado por Benedito Gonçalves.
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