Domingo, 09 de fevereiro de 2025

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Voltar Europa diz que Rússia terá tropas “aniquiladas” se usar arma nuclear na Ucrânia

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, alertou durante uma reunião ministerial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas, nesta quinta-feira (13), que as tropas russas serão “aniquiladas” pela resposta ocidental caso o presidente russo, Vladimir Putin, cumpra com sua ameaça de usar armas nucleares na Ucrânia.

Essa é a primeira grande reunião da Otan desde que a Rússia anexou quatro regiões do território ucraniano e lançou ameaças veladas de ataques nucleares, sinalizando uma escalada da guerra iniciada em 24 de fevereiro por Moscou.

“Qualquer ataque nuclear contra a Ucrânia vai gerar uma resposta. Não será uma resposta nuclear, mas será tão forte do ponto de vista militar que o Exército russo ficará aniquilado”, disse Borrell, sugerindo que a resposta implicaria um envolvimento direto de forças ocidentais, o que representaria uma ampliação do conflito.

Formalmente, a Otan nunca ameaçou usar qualquer tipo de força em resposta à Rússia, seja com armas convencionais ou com uso de seu arsenal nuclear, já que a Ucrânia não é membro da aliança militar e, portanto, não está coberta por sua cláusula de autodefesa.

Para o líder da UE, o presidente Putin “garante que não está mentindo [sobre as ameaças] e não pode se dar ao luxo de blefar agora”. Ele acrescentou que “aqueles que apoiam a Ucrânia [a UE e seus Estados membros, os Estados Unidos e a Otan] — também não estão blefando”.

Borrell também anunciou que a UE vai fornecer um aumento no apoio militar para o país, estimado em “mais de 3 bilhões de euros”, que deve ser aprovado na próxima semana, quando os ministros de Relações Exteriores dos países da UE farão uma reunião em Luxemburgo. Desde o início da guerra, o bloco já disponibilizou cerca de 2,5 bilhões de euros à Ucrânia.

Por sua vez, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, alertou que tal cenário, mesmo com o uso de pequenas armas atômicas, teria “graves consequências”.

“A Rússia sabe disso. Não vou entrar em detalhes sobre nossa resposta agora, mas claramente isso mudaria fundamentalmente a natureza do conflito”, disse Stoltenberg na sede da Otan.

Stoltenberg reiterou que a Otan não viu “sinais de que a Rússia mudou sua postura nuclear, mas a monitoramos 24 horas por dia, sete dias por semana”, acrescentando que isso é feito “há décadas”.

O objetivo da reunião é discutir o reforço da defesa aérea da Ucrânia, poucos dias depois que mísseis russos caíram sobre Kiev e outras cidades do país, e produzir novos compromissos de algumas das dezenas de nações envolvidas.

Os ministros da Defesa da Otan se reuniram também com membros do Grupo de Contato de Defesa para a Ucrânia, liderado pelos Estados Unidos, que busca coordenar o fluxo de ajuda militar ao país. Na ocasião, o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, afirmou que os Estados Unidos e seus aliados fornecerão ao país quaisquer armas e suprimentos necessários para “as difíceis semanas, meses e anos à frente”.

“Espero que a Ucrânia continue a fazer tudo o que puder durante o inverno para recuperar seu território e ser eficaz no campo de batalha, e faremos tudo o que pudermos para garantir que eles tenham o que é necessário para serem eficazes”, declarou Austin após a reunião do grupo formado por mais de 50 países, em Bruxelas. “Mais recentemente, vimos que eles são muito eficazes tanto no Leste quanto no Sul, pois recuperaram um pouco de território dos russos, então podemos esperar que esse tipo de atividade continue ao longo do inverno.”

A Ucrânia disse que a Alemanha entregou um sistema de mísseis de defesa aérea tão novo que nunca foi usado em batalha. Os Estados Unidos, por sua vez, disseram que agilizavam a entrega de outro sistema, e a França e a Holanda afirmaram que vão fornecer outros.

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No Ar: Bom Dia Caiçara