Domingo, 09 de fevereiro de 2025

Domingo, 09 de fevereiro de 2025

Voltar Estudo aponta que mulheres gastam quase o dobro de tempo dos homens no serviço doméstico

As mulheres dedicam aos afazeres domésticos e cuidados de pessoas quase o dobro do tempo gasto pelos homens. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua 2022, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento revela que as mulheres passam, em média, 21,3 horas semanais nessas atividades, enquanto os homens utilizam 11,7 horas. A Pnad avaliou a participação de pessoas com 14 anos ou mais de idade em atividades como cuidar da casa, da roupa, fazer comida e compras, por exemplo.

Os agentes do IBGE coletaram informações sobre o cuidado dispensado a crianças, idosos, enfermos e pessoas com deficiência. Segundo o estudo, as 9,6 horas que as mulheres trabalham a mais que os homens representam uma diminuição em relação à pesquisa de 2019, quando a diferença era de 10,6 horas.

Por causa da pandemia da covid-19, essa pesquisa não foi feita nos anos 2020 e 2021.

Ano passado, 148,1 milhões de pessoas se dedicaram a cuidados da casa ou de pessoas. Isso representa 85,4% da população de 14 anos ou mais de idade.

A Pnad detalha que enquanto 91,3% das mulheres realizaram alguma atividade relacionada a afazeres domésticos, esse percentual foi de 79,2% entre os homens.

Entre 2019 e 2022, a proporção de mulheres que exerceram essas atividades caiu 1,1 ponto percentual. “Mas não dá para afirmar que a divisão de tarefas ficou mais equilibrada porque, entre os homens, a taxa ficou estável, passando de 79% para 79,2% no período”, diz a analista da pesquisa, Alessandra Brito.

O homem gasta mais horas (14,3 horas semanais) em cuidados da casa quando ele mora sozinho. Já entre as mulheres, é o inverso. Elas precisam dedicar mais tempo nos afazeres domésticos quando dividem o lar (até 24,1 horas semanais). “Seja por ter uma criança ali para ser cuidada ou por ter mais tarefas domésticas, por ter mais moradores no domicílio”, diz a analista do IBGE.

Ao detalhar a proporção do trabalho doméstico entre as mulheres, a pesquisa verificou que as pretas têm o maior índice de realização das tarefas (92,7%), superando as pardas (91,9%) e brancas (90,5%).

Conforme o IBGE, quanto maior a escolaridade dos homens, maior a proporção dos que cuidam da casa ou de pessoas.

Enquanto o índice entre os sem instrução ou ensino fundamental incompleto é de 74,4%, o dos que têm o ensino superior completo é de 86,2%.

A pesquisa apresenta diferenças na divisão do trabalho doméstico de acordo com a região do país. Entre as mulheres nordestinas, 89,7% fazem atividades em casa, contra 71,6% entre os homens. Essa diferença de 18,1 pontos percentuais (p.p.) é a maior do país. A menor diferença é no Sul (9,3 p.p.).

 

Voltar

Compartilhe esta notícia:

Deixe seu comentário

No Ar: Bom Dia Caiçara