Terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Voltar Envio de armas sofisticadas à Ucrânia dificultará avanço da Rússia na guerra

O equilíbrio de forças voltou a se mover nos últimos dias em favor dos ucranianos, graças à chegada de armas mais sofisticadas. Esse êxito, por sua vez, reanima as democracias no Ocidente e na Ásia-Pacífico a renovar seu compromisso com a resistência ucraniana à agressão russa.

Na Ucrânia, ao menos 20 ataques usando o Sistema de Foguete de Artilharia de Alta Mobilidade, enviado pelos EUA, destruíram alvos-chave dos russos, como paióis de munição e postos de comando. As ações são parte de contraofensivas sobretudo no sul do país, mas também no leste. À medida que armamentos sofisticados continuarem chegando, os russos terão mais dificuldade de avançar e manter suas posições.

No final de junho um funcionário de alto escalão do Pentágono informou que os Estados Unidos enviariam quatro voos com diversos equipamentos. Dias antes o presidente Joe Biden havia anunciado uma nova ajuda militar de 800 milhões de dólares (R$ 3,7 bilhões) para a Ucrânia.

Foram enviados equipamentos como os canhões M777 Howitzer e a arma antitanque Javelin, que dispara mísseis guiados pelo calor em direção a alvos a até 4 km de distância, podendo ser controlado por uma unidade portátil que não parece muito diferente de um console de videogame — mas pode enviar um projétil de um metro de comprimento direto para a lateral ou o topo de um tanque blindado.

A simples presença das armas fabricadas nos Estados Unidos “causa pânico” entre as tropas russas, afirma o exército ucraniano — que está prestes a receber mais 2 mil delas.

Gás russo

Os europeus se preparam para um inverno com escassez de gás. A Gazprom forneceu para a Europa em junho pouco mais de um terço do gás que entregava no início de 2021. No dia 16 de junho, a estatal russa reduziu em 40% o gás transportado pelo NordStream 1 (NS1).

O corte, segundo a empresa, é temporário, em razão de problemas de manutenção, que são reais. O que não se sabe é se o fornecimento será normalizado, ou se foi um pretexto para estrangular ainda mais a Europa.

Os tanques europeus estão com 60% de sua capacidade de armazenamento de gás preenchida. Há um ano, estavam com 50%. A meta é chegar a novembro com 80%. O eventual fechamento do NS1 pela Rússia pode dificultar o cumprimento dessa meta. O ministro da Economia e vice-chanceler alemão, Robert Habeck, advertiu: “A paz social na Alemanha está sendo desafiada”.

A União Europeia foi o destino de 74% das exportações russas de gás em 2021 e de 47% de petróleo. As exportações de gás representam apenas 2% do PIB russo, em comparação com 10%, no caso do petróleo. A Europa, por sua vez, era bem mais dependente do gás russo – 45% de suas importações – do que do petróleo – 25%.

A logística do petróleo, transportado em navios, é mais simples que a do gás, que requer gasodutos ou usinas de gaseificação. A Rússia conseguiu desviar para a China e a Índia parte do petróleo antes destinado à Europa. É por isso que o ponto focal da pressão de Putin contra a Europa é o gás.

Já para os EUA, o aumento do preço do petróleo é o principal problema. Por isso, o presidente Joe Biden teve de recuar em seu propósito de esfriar as relações com a Arábia Saudita por causa de suas violações aos direitos humanos e ir ao encontro do príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman (MBS). Biden precisa que os sauditas, líderes da Opep, aceitem aumentar a produção de petróleo para reduzir a pressão dos preços.

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