Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 2 de setembro de 2022
Após três sessões consecutivas de alta, em que acumulou valorização de 4,07%, o dólar à vista recuou mais de 1% no pregão desta sexta-feira (2) e voltou a fechar abaixo de R$ 5,20. A divisa encerra a semana em alta de 2,10%. No ano, as perdas são de 7,01%.
O mercado doméstico refletiu a baixa da moeda americana em relação a divisas emergentes e o tombo das taxas dos Treasuries, após a leitura do relatório de emprego (payroll) dos EUA em agosto abrir a porta para uma moderação da alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano).
“A semana foi pesada com pressão da questão dos juros nos Estados Unidos, lockdowns na China e a questão técnica da formação da ptax de agosto. Mas os fundamentos brasileiros sustentam a perspectiva de um dólar mais baixo, na casa de R$ 5,10 ou R$ 5,15”, afirma o diretor de produtos de câmbio da Venice, Andre Rolha, ressaltando o diferencial de juros ainda elevado e o resultado expressivo do PIB no segundo trimestre. “Estamos crescendo na contramão do mundo e com a inflação sendo controlada. Não me surpreende o dólar ter beliscado R$ 5,15 hoje [sexta, 2]”.
A economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, atribuiu o refresco na cotação do dólar por aqui sobretudo ao ambiente externo, na esteira da divulgação do payroll. “O mercado entendeu que o Banco Central americano poderá ser menos agressivo com o aumento dos juros por lá, embora a inflação siga incomodando. Isso está ajudando o dólar a cair aqui”, afirma.
Monitoramento do CME Group mostra que a chance de alta dos juros em 75 pontos-base no próximo dia 21 caiu de 75% para 56% no fim da tarde desta sexta, sob impacto do payroll. As atenções se voltam agora a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos EUA em agosto, no dia 13.
O Bradesco prevê que o Fed desacelere o ritmo do aperto monetário e eleve os Fed Funds em 50 pontos-base. O Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do banco, liderado por Fernando Honorato Barbosa, pondera, contudo, que o tom do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, “deixa a porta aberta” para outra alta de 75 pontos-base, dependendo da evolução dos dados. “De toda forma, qualquer que seja a decisão, o Fed dificilmente mudará a sua postura até que a inflação dê sinais claros de arrefecimento”, afirma.
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