Sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Voltar Dívida dos Correios com plano de saúde atinge R$ 740 milhões e reclamações de beneficiários disparam

A crise financeira dos Correios está atingindo o plano de saúde da empresa, o Postal Saúde, com relatos de cancelamentos de consultas, descredenciamento de hospitais e de clínicas e dificuldades de autorizações para tratamentos e exames. A dívida da estatal com o plano, de acordo com o seu balanço mais recente, atingiu em setembro R$ 740 milhões, mais do que o dobro da dívida de R$ 348 milhões de dezembro de 2024.

Procurada, a empresa diz que atua para garantir atendimento. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde (ANS), o Índice Geral de Reclamações (IGR) do plano, que mantém 193 mil beneficiários, dobrou desde fevereiro deste ano, quando as finanças da estatal foram se deteriorando.

A Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap), entidade que representa 20 mil funcionários da ativa e aposentados, afirma que há um problema generalizado no atendimento, resultado da falta de pagamento da estatal ao plano.

“A dívida é maior do que R$ 700 milhões dos Correios com o Postal Saúde. É um problema generalizado”, afirmou o presidente da Adcap, Roberval Borges. “Poucos estão fazendo atendimento, é uma crise extremamente grave. Há relatos dramáticos, até de tratamento oncológico suspenso”, completou.

Procurados, os Correios disseram por meio de nota que, “na qualidade de mantenedores da Postal Saúde, têm atuado com a operadora para garantir a continuidade do atendimento aos beneficiários”. Já a Postal Saúde não quis se manifestar.

A ANS afirmou que o plano está em situação “regular de monitoramento tanto do ponto de vista assistencial como econômico-financeiro”.

“Contudo, do ponto de vista fiscalizatório, a operadora tem sido acompanhada desde junho de 2024 por uma Ação Planejada de Fiscalização — medida responsiva direcionada a operadoras que apresentam desempenho insatisfatório ou elevadas taxas de reclamações”, disse a agência.

A expectativa é de que o empréstimo de R$ 12 bilhões em análise pelo Tesouro seja utilizado para regularizar a dívida e normalizar a operação.

A ANS disse que houve um período de melhora, mas que os resultados não foram mantidos pelo plano.

“Caso a operadora não atenda às exigências da ANS, ela poderá entrar em regimes de direção fiscal e técnica, medidas de acompanhamento da agência que são utilizadas para regularização dos atendimentos e da saúde financeira dos entes regulados”, disse a agência.

 

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