Segunda-feira, 02 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 16 de novembro de 2022
O discurso desta quarta-feira (16) do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na COP27, a conferência das Nações Unidas sobre mudança do clima, repercutiu na imprensa internacional. Os veículos estrangeiros destacaram as promessas de mudança na postura do governo brasileiro quanto ao meio ambiente.
“Expectativas altas com Lula exuberante falando na Cúpula do Clima”, escreveu o jornal americano The New York Times, que afirmou ainda que o brasileiro “eletrizou o encontro”. O texto do jornal comparou ainda as promessas de Lula com a posição do atual governo de Jair Bolsonaro (PL) quanto ao meio ambiente: “Recentemente, ele derrotou Jair Bolsonaro, um homem que os ambientalistas brasileiros descrevem como um ‘pesadelo’ por presidir quatro anos de desmatamento desenfreado (…)”
A agência Reuters disse que o presidente eleito foi recebido como um “astro do rock”, e o britânico The Guardian chamou a atenção para as promessas de Lula de zerar o desmatamento na Amazônia e reverter a “destruição ambiental vista sob seu antecessor de extrema direita”.
A promessa de redução do desmatamento foi destacada também pela emissora al-Jazeera: “As declarações na quarta-feira, seis semanas antes da posse de Lula, sinalizaram um afastamento das políticas do atual presidente Jair Bolsonaro, que presidiu durante anos de desmatamento desenfreado da Amazônia”, publicou a emissora do Catar em seu site.
“Lula pede criação ‘urgente’ de fundo para cobrir danos climáticos”, destacou o francês Le Monde. A proposta de sediar a próxima conferência do clima em alguma cidade da Amazônia brasileira também foi mencionada.
Segundo o argentino La Nación, Lula foi recebido de “braços abertos” no evento e seu discurso levantou o ânimo dos ativistas ambientais presentes na COP27. Já o espanhol El País anotou que “o Brasil volta à luta contra as mudanças climáticas pela mão de Lula”.
Discurso
“Esperança”. Foi com essa palavra que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva resumiu a contribuição do Brasil neste momento ao concluir nesta quarta o discurso mais aguardado da COP27, a conferência das Nações Unidas sobre mudança do clima, que começou há 11 dias em Sharm el-Sheik, no Egito.
“Se puder resumir em uma palavra a contribuição de meu país neste momento, que seja aquela que nos sustentou nos tempos mais difíceis: esperança”, disse ele. “A esperança combinada com uma ação imediata e decisiva, pelo futuro do planeta e da humanidade.”
Foi um discurso em que Lula colocou seu compromisso de “deixar a devastação no passado” como eixo de um renovado protagonismo do Brasil no cenário internacional, para a criação do que chamou de uma “nova ordem mundial pacífica”.
O presidente eleito estendeu pontes aos africanos e vizinhos latino-americanos e disse que será um “cobrador” incansável do cumprimento das promessas dos países ricos de ajuda às nações em desenvolvimento e àquelas mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento do planeta.
Lula disse a uma plateia de 300 pessoas na sala de conferência, centenas do lado de fora e milhares que ouviram por streaming que os acordos já finalizados nas negociações climáticas internacionais têm de sair do papel, que é preciso tornar disponíveis os recursos para que os países mais pobres possam enfrentar os impactos climáticos e que a questão de perdas e danos não pode mais ser adiada.
“A emergência climática afeta a todos, embora seus efeitos recaiam com maior intensidade sobre os mais vulneráveis”, declarou, ilustrando a desigualdade climática em números: o 1% mais rico da população do planeta emite 70 toneladas de CO2 per capita ao ano, enquanto os 50% mais pobres emitirão, em média, apenas uma tonelada per capita. “Por isso, a luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo menos desigual e mais justo.”
No Ar: Show da Tarde