Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 29 de agosto de 2022
Desde que a Exxon Mobil descobriu vastas reservas de petróleo na costa da Guiana em 2015, líderes do governo prometeram que o ouro negro transformaria a sorte de um dos países mais pobres da América do Sul.
Só neste ano, a economia da Guiana deve crescer 48%, a taxa mais rápida do planeta, segundo o Banco Mundial.
Mas mal administrados, alertam especialistas em desenvolvimento e diplomatas, esses recursos alimentarão a política superaquecida e baseada em raças da Guiana, ao mesmo tempo em que adicionarão o país a uma longa lista de “petroestados” cuja população permaneceu pobre apesar da vasta riqueza de recursos.
Em maio, o governo da Guiana anunciou que havia usado pela primeira vez o fundo soberano que detém os royalties pagos pelos produtores de petróleo. Até o final do ano, os saques ultrapassarão 600 milhões de dólares, um número que em breve chegará aos bilhões.
Até 2027, a Exxon e seus parceiros, a Hess e a chinesa CNOOC, pretendem bombear 1,2 milhão de barris por dia do fundo do mar da Guiana, tornando o país de longe o maior produtor per capita do mundo.
O atual governo, apoiado em grande parte por guianeses de ascendência indiana, diz que o boom do petróleo financiará um amplo desenvolvimento com foco em infraestrutura e educação para os cerca de 790.000 habitantes do país.
Mas muitas comunidades, particularmente em áreas associadas à oposição afro-guianesa, estão céticas. Alguns reclamam que dinheiro e contratos já estão fluindo para apoiadores do governo e alegam que o partido no poder está instalando aliados em órgãos destinados a governar as novas riquezas da nação –alegações que os líderes da Guiana negam.
“O que eles estão tentando fazer é usar o petróleo para patrocínio político”, disse Aubrey Norton, legislador federal e chefe da oposição. “Não há visão”.
No Ar: Show Da Madrugada