Sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 8 de setembro de 2023
A PF (Polícia Federal) aceitou fechar um acordo de delação premiada com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro A decisão porém deve ser discutida pelo MPF (Ministério Público Federal) e homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
No dia 28 de agosto, quando o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ficaram em silêncio em um depoimento prestado na PF, Cid falou com os policiais por mais de 10 horas.
Além do caso da venda ilegal de joias recebidas por comitivas da Presidência da República, Cid também é investigado por estar envolvido com o escândalo da invasão do sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) pelo hacker Walter Delgatti Netto e a falsificação de cartões de vacina da família de Bolsonaro, motivo esse que motivou a sua prisão preventiva em maio deste ano.
Ainda não se sabe quais casos devem ser priorizados na delação premiada que Cid deve prestar à PF.
O pedido de soltura ainda está sendo analisado por Moraes, que é relator dos inquéritos nos quais Cid é investigado. Cabe ao ministro da Suprema Corte decidir se manterá o militar preso ou se permitirá a liberdade provisória dele até o julgamento.
O pedido de soltura ocorre ao mesmo tempo em que o tenente-coronel do Exército entregou ao STF um “termo de intenção” de fazer um acordo de delação premiada. Cid esteve no Supremo na última quarta-feira (6) acompanhado por seu advogado, Cezar Roberto Bitencourt, e se reuniu com um juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Os termos da delação ainda não foram definidos.
Para ter sua colaboração aprovada pela Justiça, o coronel tem que não só prestar depoimentos, mas também apresentar provas.
O advogado Fabio Wajngarten, antigo aliado de Bolsonaro, que ocupou o cargo de secretário-executivo do Ministério das Comunicações e continua muito próximo do ex-chefe de governo, disse ao Uol acreditar que “não há nada o que delatar” por parte de Cid. Wajngarten também é investigado.
O que pesa contra Cid
Mauro Cid esteve ao lado de Bolsonaro em entrevistas, lives e reuniões, e foi o braço direito do então presidente da República nos quatro anos do governo. O oficial do Exército participou diretamente do caso das joias desde os primeiros passos. No final da gestão, Cid despachou um auxiliar para tentar resgatar um kit de joias que o casal Jair e Michelle Bolsonaro receberam do governo da Arábia Saudita. As joias tinham sido retidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
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