Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Voltar Cristina Kirchner diz que não percebeu ataque frustrado

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse que não percebeu que um homem havia apontado uma arma para a sua cabeça na noite da última quinta-feira (1º), quando ela cumprimentava apoiadores na entrada de sua casa em Buenos Aires.

Em depoimento à juíza María Eugenia Capuchetti, que cuida do caso, Cristina contou que não percebeu o ataque frustrado “em nenhum momento” e que só entendeu o que tinha acontecido quando entrou em casa.

Nas imagens do momento do atentado, a vice-presidente se abaixa no instante em que uma arma é apontada contra ela. Segundo o depoimento, ela se abaixou para pegar um livro de um apoiador que havia caído no chão e autografá-lo; e não para se proteger do disparo, como os vídeos deram a entender inicialmente.

O depoimento foi prestado por ela em seu apartamento no bairro de Recoleta, em Buenos Aires. De acordo com a mídia argentina, Cristina se limitou a contar o que lembrava da noite anterior e não fez avaliações políticas ou queixas contra a justiça. Também não pediu para ser parte acusatória do caso, condição que lhe permitiria acessar os autos, e falou como testemunha.

O autor do crime, Fernando Andrés Sabag Montiel, cidadão brasileiro residente na Argentina desde a década de 1990, foi preso em flagrante e responderá por tentativa de homicídio qualificado. O agressor se recusou a responder aos questionamentos da Justiça. Segundo o Clarín, ele se limitou a pedir um oftalmologista alegando que havia sido agredido no olho por militantes antes de ser preso. A detenção foi realizada imediatamente após o ataque.

A polícia argentina encontrou 100 balas de arma de fogo na casa do agressor na periferia de Buenos Aires e também apreendeu uma série de documentos pessoais. Ele também teve um celular apreendido e os registros de chamadas recebidas e realizadas solicitados judicialmente para saber se ele agiu sozinho ou com ajuda de terceiros. O caso é investigado como tentativa de homicídio qualificado contra a vice-presidente.

Antecedentes

Fernando Andrés Sabag Montiel, 35 anos, autor do atentado frustrado contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se negou a prestar depoimento. Ele teria dito aos investigadores que só irá depor depois de ler o inquérito. As informações são do jornal La Nacion.

Montiel já tinha passagem pela polícia em 2021 por porte de arma não convencional e está registrado comercialmente como prestador de “serviço de transporte automotor urbano e suburbano de oferta livre”, categoria correspondente a motoristas de aplicativos.

Natural do Brasil, Montiel vive na Argentina desde 1993, e íntegraria grupos de ódio e de ideais da ultradireita nas redes sociais. A inclinação criminosa é demonstrada por uma tatuagem no braço: um sol negro, símbolo neonazista e visto em construções nazistas da época da tirania de Adolf Hitler.

Auxiliado pelo defensor de justiça Martín Hermida, ele admitiu em tribunal que a pistola calibre 32 usada por ele pertencia a outra pessoa, um vizinho que morreu há dois anos, mas se recusou a comentar suas inclinações políticas e sobre o dia do atentado.

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