Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 15 de dezembro de 2023
O pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE) pela cassação do senador Sergio Moro (União-PR) fez crescer o apetite de políticos paranaenses pela vaga do ex-juiz da Lava-Jato. Diversos partidos, do PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, já se organizam para definir os candidatos de uma eventual eleição suplementar ao Senado.
Pelo PT, o deputado Zeca Dirceu, líder do partido na Câmara, intensificou a campanha interna para disputar a eleição, caso ela ocorra. Ele concorre internamente, porém, com sua colega de bancada, Gleisi Hoffmann, que é a presidente nacional da legenda.
O ex-governador Roberto Requião também quer concorrer, mas falta-lhe apoio interno no PT. Nesse sentido, como mostrou a Coluna, ele estuda migrar para o PTB. O deputado estadual Requião Filho (PT) também já foi cotado, mas não tem a mesma liberdade que o pai para trocar de legenda.
Enquanto isso, a ala majoritária no PL do Paraná defende a candidatura do ex-deputado Paulo Martins. O deputado Filipe Barros é considerado um nome forte para o cargo, mas não tem idade pra concorrer ao Senado agora. Ele tem 32 anos, e para a concorrer à Casa, é preciso ter 35. O nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também é visto como viável, mas deve ficar para 2026.
Ainda pela direita, Ricardo Barros, ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara, é o nome do PP para concorrer numa eventual eleição suplementar ao Senado. Ele pediu licença do mandato de deputado para assumir a Secretaria de Indústria e Comércio do governo Ratinho Júnior (PSD) e quer disputar o cargo com o apoio do Palácio Iguaçu.
Em sua argumentação pela cassação do mandato de Moro, os procuradores afirmaram que gastos realizados pelo Podemos na cerimônia da filiação do ex-juiz federal, por exemplo, devem ser contabilizados como investimentos na pré-campanha.
Depois, Moro desistiu de se candidatar pela sigla e se filiou ao União Brasil. A principal acusação é que ele usufruiu de verba e exposição em dois partidos e em candidaturas distintas (Senado e Presidência), o que lhe conferiu vantagem indevida em relação aos outros candidatos.
De acordo com os cálculos da procuradoria “o montante gasto pelos investigados em pré-campanha representou 55,36% e 40,28% das despesas contratadas das chapas alçadas às segunda e terceira colocações na disputa, respectivamente, e 110,77% da média dos investimentos realizados pelos dez candidatos ao Senado no estado do Paraná”.
“Este contexto demonstra que os meios empregados para a realização de pré-campanha e os valores despendidos nesta empreitada em prol dos investigados mostrou-se, de fato, desarrazoados, assumindo contornos de uso excessivo do poderio econômico.”
Ainda segundo os procuradores, a candidatura inicial de Moro à Presidência fez com que “vultosos” recursos financeiros alçassem sua imagem a nível nacional “gerando grande visibilidade da pré-campanha, em detrimento dos demais candidatos ao Senado do Paraná”.
“Não há como desvincular os benefícios eleitorais advindos da alta exposição do primeiro investigado, alcançada por meio da pré-candidatura à Presidência, de sua efetiva campanha ao cargo de Senador no estado do Paraná.”
No Ar: Show da Tarde