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Por Redação Rádio Caiçara | 26 de julho de 2022
Nos últimos dois anos, a covid matou mais que o triplo de crianças de 6 meses a 3 anos de idade que a soma de todas as mortes causadas por 14 doenças preveníveis por vacinas, ao longo da última década. A conclusão é de uma análise feita pelos pesquisadores Patricia Boccolini e Cristiano Boccolini, do Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância (Fiocruz/Unifase).
Os dados foram levantados a partir da a Lista Brasileira de Mortes Evitáveis para menores de 5 anos, no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Formulada por especialistas de diversas áreas ligadas à saúde infantil e coordenada pelo Ministério da Saúde, a lista inclui 14 doenças com desfecho fatal prevenível por imunização.
São elas: neurotuberculose, tuberculose miliar, tétano neonatal, tétano, difteria, coqueluche, poliomielite, sarampo, rubéola, hepatite B, caxumba, rubéola congênita, hepatite viral congênita e meningite meningocócica do tipo B.
A análise revelou que entre 2012 e 2021, o Brasil registrou 144 óbitos de crianças de 6 meses a 3 anos como resultado de doenças dessa lista. Já a covid, entre 2020 e 2021, matou 539 crianças nessa faixa etária. Ainda sem perspectiva de vacinação no Brasil, crianças de 6 meses a 3 anos representam duas em cada cinco menores de 5 anos que morreram com covid nos dois primeiros anos da pandemia, de acordo com os pesquisadores.
Vacinação infantil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a Coronavac para crianças de 3 a 5 anos de idade no dia 13 de julho. Entretanto, para os pequenos mais novos, ainda não há opção.
A Anvisa aguarda informações adicionais da Wyeth/Pfizer sobre pedido para a inclusão da dose de reforço na bula da vacina da Pfizer para crianças e adolescentes. Em junho, a farmacêutica fez a solicitação à agência brasileira para crianças de 5 a 11 anos e para adolescentes de 12 a 15 anos e 16 a 17 anos.
“A documentação consiste em dados clínicos, que deverão subsidiar a decisão técnica, confirmando que os benefícios superam os riscos na aplicação da dose de reforço nessa faixa etária”, justificou a agência.
Segundo a Anvisa, o pedido de informações feito no último dia 13, solicita ainda que a farmacêutica encaminhe o Plano de Gerenciamento de Risco da vacina Comirnaty em relação à dose de reforço nas faixas etárias mencionadas. “A análise dos pleitos será finalizada apenas quando as referidas documentações forem disponibilizadas e analisadas”, ressaltou a agência que deu 120 dias para a Wyeth/Pfizer enviar as informações.
Nos Estados Unidos, a reguladora Food and Drug Administration (FDA), aprovou as aplicações para esse público em meados de junho.
No Ar: Caiçara Confidencial