Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 11 de junho de 2022
Um estudo feito pela Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos, descobriu que pessoas recuperadas da covid-19 têm um risco 25% maior de desenvolver um distúrbio psiquiátrico nos quatro meses após a infecção, em comparação com pessoas que apresentam outras infecções do trato respiratório. Os autores alertam para a necessidade de pacientes e profissionais de saúde serem mais proativos quando se trata de lidar com problemas de saúde mental após a infecção pelo novo coronavírus.
No trabalho publicado na revista World Psychiatry, os pesquisadores analisaram dados do National Covid Cohort Collaborative (N3C), que incluiu 46.610 indivíduos. Destes, uma parte testou positivo para coronavírus, enquanto outros, utilizados como grupo controle, foram diagnosticados com outras infecções do trato respiratório.
Os diagnósticos psiquiátricos considerados ocorreram em dois períodos: de 21 a 120 dias após a Covid-29 e de 120 a 365 dias após o resultado positivo para a doença. Foram incluídos apenas pacientes sem diagnóstico anterior da doença.
Os resultados mostraram que 3,8% dos pacientes com covid-19 apresentaram algum transtorno psiquiátrico nesse período, em comparação com 3% para pacientes com outras infecções do trato respiratório. A diferença de 0,8% equivale a um risco relativo aumentado de cerca de 25%. A correlação se manteve apenas para transtornos de ansiedade, mas não de transtornos de humor.
O novo estudo confirma pesquisas anteriores e tem como pontos positivos o grande tamanho da amostra e o fato de essa coorte de dados ser extraída de todos o país. Lauren Chan, co-autora do estudo, alerta para a necessidade de pacientes estarem atentos à sua saúde mental após a covid e procurarem ajuda, na presença de sintomas. E também para os profissionais de saúde rastrearem essas condições psiquiátricas em pessoas recuperadas da doença.
Pessoas vulneráveis
Nos dois primeiros anos da pandemia, casos de reinfecção pelo novo coronavírus eram raros. Especialistas acreditavam que a covid-19 seria parecida com a gripe e, portanto, a imunidade conferida pela vacinação ou por uma infecção anterior evitaria as reinfecções por ao menos um ano.
A chegada da Ômicron mudou tudo isso. Embora mais leve, a variante que foi identificada pela primeira vez na África do Sul, é mais transmissível, infecciosa e com maior potencial de escapar das defesas do sistema imune. Sua disseminação fez com que os casos de reinfecção se tornassem cada vez mais comuns, com mais frequência, mesmo em pessoas vacinadas ou com histórico anterior da covid-19.
Agora, pesquisadores acreditam que o Sars-CoV-2 é mais parecido com os outros coronavírus, que causam circulam e pode provocar múltiplas infecções o ano todo, do que com o influenza, que tem maior circulação nos meses de inverno. Por isso, se nada mudar, a expectativa é que será comum receber um diagnóstico positivo para covid-19 duas ou três vezes por ano.
A infecção pela Ômicron provoca uma reação imune mais fraca, que parece perder força em pouco tempo, em comparação com as variantes anteriores. Além disso, suas subvariantes parecem conseguir escapar das defesas geradas pelo sistema imunológico por vacinas ou infecções prévias, mesmo sem grandes alterações em seu código genético.
Embora qualquer pessoa possa ser reinfectada nessas circunstâncias, alguns grupos podem estar mais vulneráveis. São eles: pessoas não vacinadas ou que não receberam todas as doses recomendadas; pessoas que pegaram covid-19 no início da pandemia; quem desenvolveu um quadro leve da doença anteriormente; idosos e pessoas com imunossupressão; e pessoas com mutações genéticas que aumentam sua suscetibilidade à infecção pelo novo coronavírus.
Casos de covid-19 ou de reinfecção pelo novo coronavírus mesmo após a vacinação não significam que as vacinas não funcionam. Embora os imunizantes atuais tenham baixa eficácia contra infecção pela Ômicron e suas subvariantes, elas apresentam alta proteção contra hospitalizações e mortes, que é justamente o objetivo da vacina.
No Ar: Show da Tarde