Quarta-feira, 09 de outubro de 2024

Quarta-feira, 09 de outubro de 2024

Voltar Congresso dos Estados Unidos tem algumas horas para impedir paralisação do governo

As agências federais dos Estados Unidos estão organizando os preparativos finais para suspender funções não essenciais enquanto o governo americano se encontra à beira de uma paralisação, o chamado shutdown. Os parlamentares do Congresso correm contra o prazo crítico de 23h59 (horário de Washington) deste sábado (30).

No entanto, a probabilidade de evitar uma paralisação parece pequena depois que o presidente da Câmara, o republicano Kevin McCarthy, não conseguiu chegar a um acordo dentro de seu próprio partido para aprovar uma extensão de financiamento de curto prazo do governo na sexta-feira (29), deixando o Congresso em um impasse.

As divergências internas entre os republicanos da Câmara desempenharam um papel central em levar o Congresso a um impasse sobre os gastos – e ainda não está claro como a questão será resolvida, levantando preocupações no Capitólio de que a paralisação, depois de iniciada, não será fácil de ser resolvida.

Uma paralisação deve ter impactos em todo o país – desde viagens aéreas até a água potável – e muitas operações do governo seriam interrompidas, mesmo que os serviços considerados essenciais para a segurança pública continuem.

Os republicanos da Câmara rejeitaram uma proposta bipartidária do Senado para manter o financiamento do governo até 17 de novembro, mas não conseguiram concordar com um plano próprio para evitar a paralisação por conta da resistência de um bloco de conservadores contrários a qualquer tipo de extensão do financiamento a curto prazo.

McCarthy sofreu outra derrota na sexta-feira, quando a Câmara não conseguiu avançar com um projeto de lei provisório de última hora. A liderança do Partido Republicano na Câmara disse aos membros que novas votações devem ocorrer neste sábado, mas ainda não está claro qual projeto a Câmara votaria.

Após a votação fracassada de sexta-feira, McCarthy disse aos repórteres que havia proposto apresentar um projeto de lei provisório “limpo” e disse que estava “trabalhando talvez para poder fazer isso”.

“Continuamos a trabalhar – tentando encontrar uma saída para esta situação”, disse McCarthy. O projeto de lei bipartidário do Senado incluiria fundos adicionais para ajudar a Ucrânia, criando um ponto de discórdia na Câmara, já que muitos republicanos se opõem a mandar mais apoio ao país devastado pela guerra.

McCarthy argumentou na sexta-feira que a ajuda à Ucrânia deveria ser retirada do projeto de lei do Senado. “Eu acho que, se tivéssemos um projeto de lei limpo, sem a Ucrânia, poderíamos, provavelmente, aprová-lo. Acho que, se o Senado incluir a Ucrânia e se concentrar na Ucrânia em vez dos Estados Unidos, isso pode causar problemas reais”, disse ele.

McCarthy enfrenta agora o desafio mais significativo de sua liderança até o momento, enfrentando a resistência dos conservadores e as ameaças de uma votação para destituí-lo do cargo de presidente da Câmara.

O Senado, entretanto, está trabalhando para avançar com o seu próprio projeto provisório bipartidário. A casa deve fazer uma votação processual na tarde deste sábado para avançar com o projeto, mas ainda não está claro quando os senadores podem fazer a votação final para aprovar o projeto e isso pode não acontecer até segunda-feira (02), depois que o governo já tiver sofrido a paralisação.

O senador republicano Rand Paul, do Kentucky, tem sido um obstáculo para o Senado chegar a um acordo que acelere a consideração do projeto de lei, já que ele protesta contra a inclusão de ajuda adicional à Ucrânia.

A segurança nas fronteiras também se tornou um fator complicador para o projeto de lei do Senado, já que muitos republicanos querem alterar o texto para incluir a questão.

Os republicanos do Senado disseram na sexta-feira que ainda estavam discutindo que tipo de emenda sobre fronteiras gostariam de adicionar ao projeto de lei e não tinham certeza se a casa poderia sequer avançar o projeto na votação processual de sábado sem a adição de uma emenda sobre fronteiras.

“Nada está realmente acontecendo, há muitas peças móveis nesta fase”, disse o senador Mike Braun, republicano. “Acho que o que entendi é que teremos uma votação amanhã… e fora isso, não há nada que esteja realmente cristalizado em algo que provavelmente seria aceitável para a Câmara.”

 

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