Segunda-feira, 09 de dezembro de 2024

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Voltar Como o Ministro da Fazenda Fernando Haddad foi de “derrotado” a “queridinho” do mercado

Quando seu nome foi anunciado no comando do Ministério da Fazenda, Fernando Haddad se viu envolto em desconfiança. E sua primeira derrota veio já no começo do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a prorrogação da desoneração dos combustíveis.

Três meses depois do início do novo governo, Haddad conseguiu uma virada com a proposta da nova regra fiscal, anunciada nesta quinta-feira (30). Essa é a análise da jornalista Maria Cristina Fernandes, colunista do jornal Valor Econômico e comentarista da rádio CBN, em entrevista ao podcast O Assunto desta sexta-feira (31).

“Ele realmente fez uma virada, porque se a gente for ver o que que aconteceu na posse, três meses atrás, o Haddad assumiu com uma derrota gigantesca, que foi a prorrogação da desoneração dos combustíveis.”

“O presidente da república acabou cedendo aos argumentos do PT de que o novo governo não podia tomar posse dando logo uma pancada nos combustíveis que isso causaria uma reação muito grande do eleitor na linha do estelionato eleitoral, né? E ele teve que engolir.”

Desde então, Haddad passou a “costurar” no Congresso, no setor financeiro, no mercado, na sociedade e junto ao sindicatos o que acabaria por se tornar esse arcabouço fiscal.

“O Haddad, pasmem, parece que caiu nas graças do mercado”, disse Maria Cristina.

Primeira derrota

No primeiro dia do novo governo, o presidente Lula assinou uma Medida Provisória para renovar a desoneração dos combustíveis, definida ainda no governo Jair Bolsonaro, por dois meses.

O então novo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, porém, havia solicitado que o governo Bolsonaro não prorrogasse a desoneração. Ele disse, nos últimos dias de 2022, que o governo eleito precisava de mais tempo para decidir se renova a desoneração, mas não citou argumentos para já retornar com a cobrança de imposto.

Nas graças do mercado

Depois do anúncio da nova regra fiscal, porém, o ministro parece ter ganho a confiança do mercado: “A expectativa é que o novo arcabouço traga menos inflação, mais estímulo ao investimento privado, menos juros na dívida pública, atração de investimentos internacionais, mais previsibilidade e estabilidade, recuperação do grau de investimento, muito por conta do de um gatilho ‘anticíclico’. Ou seja, de que o atual teto de gastos passa a ter banda com crescimento real da despesa primária entre 0,6% a 2,5% ao ano, a depender do momento econômico, para que, segundo Haddad, o governo possa ter uma gordura no orçamento”, afirmou Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos

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