Terça-feira, 15 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 23 de junho de 2023
A CPI da Lojas Americanas na Câmara dos Deputados deve ouvir o ex-presidente da companhia Sérgio Rial na segunda quinzena de agosto. O executivo ficou nove dias no cargo em janeiro deste ano e decidiu renunciar após descobrir um rombo bilionário na varejista, estimado inicialmente em R$ 20 bilhões. Na última semana, a empresa informou ao mercado que o que ocorreu foi fraude e atribuiu a responsabilidade à diretoria que comandava a empresa antes da chegada de Rial.
O depoimento de Rial é considerado uma peça importante para a comissão parlamentar reconstituir as causas do escândalo financeiro. No início deste mês, o executivo se tornou réu em um processo administrativo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), xerife do mercado financeiro. Ele é acusado de não ter feito um esclarecimento do rombo na Americanas acessível aos investidores.
O escândalo foi divulgado ao mercado em um fato relevante no dia 11 de janeiro. Na manhã seguinte, Rial falou sobre o assunto por meio de uma teleconferência com o banco BTG Pactual, que tinha R$ 3,5 bilhões a receber das Americanas. A reunião teve uma participação reduzida de pessoas. O executivo nega qualquer irregularidade.
Rial foi convidado a assumir o comando da Lojas Americanas por um dos controladores da empresa e contou com a chancela do conselho de administração da companhia. A missão do executivo era acelerar a modernização da varejista, seguindo a receita que usou durante a sua gestão no banco Santander. Antes de assumir a nova função, ele chegou a fazer posts sobre os seus planos para a empresa. Depois de tomar posse, foi informado sobre as inconsistências contábeis — e decidiu renunciar ao cargo.
Na mira
Os próximos depoimentos ocorrerão apenas na primeira semana de julho. Os deputados vão ouvir um dos ex-diretores da empresa. Há requerimento para convocação de ao menos nove executivos. O nome ainda não foi definido.
Depois de ouvir os ex-diretores, a CPI pretende ouvir representantes de grandes auditorias como KPMG e PwC para esclarecer se houve conivência com o esquema de fraude investigado pela comissão.
Já foram aprovadas quebras de sigilo dos ex-diretores da Lojas Americanas. Os documentos secretos serão analisados pelos deputados em reuniões fechadas.
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