Segunda-feira, 02 de dezembro de 2024

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Voltar Comissão do Senado aprova indicado de Lula para a Agência Brasileira de Inteligência

O ex-diretor da Polícia Federal (PF) Luiz Fernando Corrêa foi aprovado nessa quinta-feira (4), por unanimidade (16 votos a favor), pelos senadores membros da Comissão de Relações Exteriores (CRE) para o comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Corrêa foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cargo de diretor da Abin em março. A indicação ainda passará pelo aval do plenário do Senado para que ele seja oficializado no posto.

A indicação de Corrêa ocorreu após o governo transferir a Abin do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) – onde estava no governo Jair Bolsonaro (PL) – para a Casa Civil. A mudança tirou a agência do controle de militares.

A Abin é o principal órgão de inteligência brasileiro e alertou autoridades locais de segurança do Distrito Federal quando golpistas invadiram as sedes dos três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro.

Sabatina

Segundo o presidente da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), a sabatina foi agendada para essa quinta a pedido de Lula.

A sessão aconteceria no dia 30 de março, mas foi adiada pois, segundo o senador, havia “dúvidas” em relação à escolha de dois nomes da equipe de Corrêa: Alessandro Moretti como diretor-adjunto e Paulo Maurício Fortunato Pinto como secretário de Planejamento e Gestão do órgão.

Moretti esteve à frente da área de Inteligência da Polícia Federal até o fim do governo Jair Bolsonaro e foi secretário-executivo da Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal na gestão de Anderson Torres — ex-ministro de Bolsonaro que está preso e é investigado por suspeita de omissão durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

Questionado pelos senadores sobre a escolha de Moretti, Corrêa defendeu sua indicação e disse que o secretário foi mantido no cargo com a troca de governos do DF. “O servidor público está na sua posição, compromisso com o resultado da urna. O novo secretário e o governador mantiveram no cargo, segue trabalhando”, afirmou.

Côrrea disse ainda que considera Moretti “se não o mais, um dos mais preparados delegados para qualquer função na área de segurança pública e inteligência”.

Já Paulo Maurício Fortunato Pinto era diretor de contra-inteligência da Abin durante o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quando foi afastado, em 2008, após denúncias de que a agência teria feito grampos ilegais contra políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, o presidente da Corte era Gilmar Mendes.

“Quanto ao Paulo Maurício, ele tem uma experiência operacional. Ele já estava aposentado. Ele foi acusado sim, mas foi acusado, absolvido e nem sequer teve ação. Então, não foi nem recebido. Nunca foi exonerado, ele foi afastado de um cargo de confiança”, afirmou Corrêa.

Corrêa disse ainda que Fortunato é “qualificadíssimo” e que ele está “muito confortável” com a escolha.

A Abin está sem diretor-geral há mais de um ano. O último foi Alexandre Ramagem, que saiu em março do ano passado e atualmente é deputado federal pelo PL.

Carreira

Corrêa foi diretor-geral da Polícia Federal entre 2007 e 2011, no segundo mandato de Lula como presidente da República. Na PF, liderou a equipe de policiais federais que desenvolveu o sistema de interceptação de comunicações e gerenciamento da investigação conhecido como “Guardião”

O delegado atuou na segurança nas Olimpíadas, de junho de 2011 a setembro de 2016, e foi secretário Nacional de Segurança Pública, de novembro de 2003 a setembro de 2007.

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