Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 9 de maio de 2023
O brasileiro tem recorrido mais aos ônibus para viajar. Em 2022, 52 milhões de passagens foram vendidas no país para viagens em ônibus interestaduais e internacionais, de acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O número não só é maior do que nos anos piores de pandemia como também já superou os 25 milhões de 2019, antes de a crise sanitária interditar deslocamentos.
Conforme informações da ANTT, uma das explicações para o impulso às viagens de ônibus é o preço. Em 2022, enquanto a passagem do ônibus interestadual subiu 14%, a de avião avançou 23,5%. Uma em cada três passagens vendidas no ano passado tinham algum tipo de tarifa promocional.
Se antes viajava quatro vezes por ano de avião, a professora Itamara Oliveira, 47, conta que reduziu os deslocamentos para, no máximo, dois e de ônibus. “Opto por viajar mais de ônibus, que tem um preço mais acessível. Até meados de 2019, eu viajava muito de avião de São Paulo para Alagoas e Rio de Janeiro. Agora, viajo menos e procuro fazer viagens mais curtas”, conta Itamara, que mora em Suzano (região metropolitana de São Paulo).
No último feriado de Tiradentes, por exemplo, ela foi para Curitiba de ônibus. “Geralmente, faria uma viagem dessa de avião e gastaria uma hora. Agora, topo gastar seis horas”, afirma.
Letícia Pineschi, do conselho deliberativo da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), diz que há, sim, um movimento de comparação com o preço do transporte aéreo. “O custo-benefício da passagem de ônibus é muito atrativo. Mas não é só isso. Há uma demanda muito reprimida durante a pandemia, da qual ainda estamos experimentando uma retomada.”
Ano passado, a categoria que mais cresceu na venda de passagens, ante 2021, foi a executiva, com 8 milhões a mais. Ela ficou muito perto de empatar com a categoria convencional: foram 21 milhões de passagens convencionais vendidas em 2022, para 20 milhões de executivas. Segundo Pineschi, o setor observou, no pós-pandemia, demanda vinda da camada da população com maior renda, o que não ocorria até então.
Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) diz que “as empresas aéreas estão constantemente anunciando novos voos e promoções”, mas a entidade entende que “somente a tomada de medidas estruturantes podem trazer o setor aéreo para o mesmo patamar de preços dos anos anteriores”. A mais urgente, segundo a Abear, é a revisão de como é cobrado o combustível usado nos aviões.
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