Sábado, 14 de dezembro de 2024

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Voltar Com Daniel Craig no elenco, “Glass Onion” coloca diversão no suspense

Entre Facas e Segredos (2019) foi um enorme sucesso, arrecadando quase US$ 313 milhões (ou R$ 1,6 bilhão) no mundo inteiro. Para Rian Johnson, que vinha de um massacre dos fãs por causa de Star Wars: Episódio 8 – Os Últimos Jedi, foi um alívio. Até porque ele conseguiu um contrato com a Netflix para duas sequências por astronômicos US$ 450 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões). A primeira, Glass Onion – Um Mistério Knives Out, com esse título híbrido que recupera o nome em inglês do original, chegou à Netflix no dia 23 de dezembro.

A história de Entre Facas e Segredo era divertida como um romance de Agatha Christie, com o assassinato de um bilionário, sua família de suspeitos e um detetive excêntrico, Benoit Blanc (Daniel Craig), dono de um sotaque absurdo. Ainda dava uma cutucada nos mais abastados, que desprezavam a funcionária interpretada por Ana de Armas, uma imigrante, que na verdade era a personagem principal.

Como é comum em sequências, Glass Onion é maior. Sai a mansão na região de New England, no Nordeste dos Estados Unidos, e entra uma ilha grega e uma casa espetacular com uma cebola de vidro no topo. Em vez de uma família, temos agora um grupo de amigos “disruptores” que se reúne anualmente a convite do bilionário Miles Bron (Edward Norton), dono de uma empresa de tecnologia, que agora quer promover uma brincadeira de detetive.

Elenco

É uma turma heterogênea, digamos, formada por Claire Debella (Kathryn Hahn), governadora de Connecticut e candidata ao Senado, pelo cientista Lionel Toussaint (Leslie Odom Jr.), que trabalha para a Alpha de Bron, a ex-modelo Birdie Jay (Kate Hudson), o influencer de extrema direita Duke Cody (Dave Bautista) e Cassandra Brand, a Andi (Janelle Monáe), que fundou a companhia com Bron e foi colocada de escanteio. Também há as agregadas Whiskey (Madelyn Cline), namorada de Cody, e Peg (Jessica Henwick), assistente que tenta fazer com que Birdie não seja cancelada pelas coisas absurdas que diz e posta.

E, claro, Benoit Blanc, que desta vez é o personagem central mesmo, aparecendo na ilha sem que o dono da festa soubesse. Mas Bron pensa que deve ser uma brincadeira de algum dos amigos. Alguém tão rico e tão poderoso nunca imagina que algo ruim possa lhe acontecer. E, em geral, não acontece mesmo. Glass Onion traz mistério dentro de mistério, com tudo o que o gênero pede – e muito mais graça do que as recentes adaptações de Agatha Christie dirigidas por Kenneth Branagh, como Assassinato no Expresso do Oriente (2017) e Morte no Nilo (2022).

Mas, como em tudo que Rian Johnson faz, há um irresistível pé no presente ao discutir temas como cobiça, corrupção, dinâmicas de poder desequilibradas causadas por causa da riqueza excessiva concentrada na mão de poucos.

Há coisas tão absurdas que parecem ser ficção – mas não são. Miles Bron tem mais do que a semelhança de nome com um certo bilionário disruptor, dono de fábricas de carro, de foguetes e de uma rede social. Ver o filme estando em dia com o noticiário adiciona uma camada que torna tudo mais engraçado. O final bombástico pode ser algo apenas da ficção, mas certamente expressa o sentimento de muitos.

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